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Roteiro: Veneza (1 dia)


Veneza era a cidade que mais tínhamos receio de visitar em pleno Agosto. Os relatos que líamos na internet falavam-nos numa cidade completamente atolada de turistas e em canais baixos e mal cheirosos. Além disso, sabíamos que levávamos o tempo muito contado para ver a cidade, mas não queríamos deixar de a visitar. 
No planeamento da nossa viagem apercebemo-nos que os hotéis em Veneza têm uma péssima relação qualidade-preço e, por isso, decidimos visitá-la numa escapadela a partir de outra cidade do nosso roteiro. A escolha recaiu sobre Pádua, de onde é possível chegar a Veneza rapidamente (menos de meia hora) de comboio. Ainda pensámos - e planeámos - ir de carro e daí seguir para o próximo destino, mas quando percebemos o quanto pouparíamos em ir de comboio (e o descanso que seria para os condutores de serviço), não tivemos mais dúvidas.
Escolhemos um hotel perto da estação - o NH Padova - e, de manhã bem cedo, partimos em direcção a Veneza. Os bilhetes de comboio custaram 8,30€ (ida e volta) e o único senão foi termos que escolher, no momento, a hora de regresso. 

Assim que chegámos a Veneza, comprámos um bilhete diário para o Vaporetto, os "autocarros" da cidade - que circulam pelos canais, claro. O bilhete diário custou-nos 20,00€ por pessoa (uma pequena fortuna, para os preços médios dos transportes) mas tendo em conta as viagens que estavam planeadas em vaporetto e o preço individual de cada bilhete, compensou largamente. 
A nossa estratégia passou por viajar de vaporetto até ao ponto mais distante do nosso roteiro e, depois, retornar a pé até ao ponto inicial. Como terminámos cedo, adicionámos um novo ponto ao roteiro e alterámos um pouco a previsão de viagens, mas já lá vamos.

Ao chegar a Veneza, saiam do comboio na Stazione di Venezia Santa Lucia, localizada mesmo no centro. Existe outra estação anterior, chamada Veneza Mestre, a largos quilómetros da Veneza que pretendemos visitar.

Mesmo em frente à estação podem:

- Ver a Igreja de San Simeone Piccolo, com a sua grande cúpula esmeralda;


- Comprar os bilhetes diários do vaporetto;

- apanhar o primeiro vaporetto, para atravessar o Grande Canal:











Pelo caminho, aproveitem para ver:

- a Igreja de San Stae, já que a melhor forma de admirar a sua fachada é mesmo do Grande Canal. Se quiserem sair para visitar o seu interior, com obras de artistas barrocos italianos, há uma paragem de vaporetto mesmo em frente.


- a fachada do Hotel Ca’ Sagredo, onde se encontra a famosa instalação artística "Support" do artísta Lorenzo Quinn. As famosas "mãos" de Veneza estão ali para nos chamar à atenção para a subida do nível das águas e risco de desaparecimento da cidade nas próximas décadas;


E depois de uns largos minutos no vaporetto, chegamos ao nosso primeiro ponto do roteiro: a  Basílica de Santa Maria da Saúde, também conhecida como "La Salute". É um dos locais mais conhecidos de Veneza e merece uma visita, quer pelo exterior quer pelo interior. Foi construída com o intuito de salvar a cidade da Peste Negra e, por isso, a maior parte das obras no seu interior remetem-nos para a doença. A entrada é gratuita.





Daqui, seguimos para a Alameda Zattere, um conhecido passeio da cidade. Aproveitem para apreciar o canal e a vista para a Giudecca, a ilha que fica do outro lado do canal. Se tiverem mais tempo em Veneza, aproveitem para visitar este local durante o nascer-do-sol ou ao pôr-do-sol - dizem que a vista vale muito a pena.




Daqui, apanhámos novamente o vaporetto para atravessar o Grande Canal até Riva degli Schiavoni. Além de um passeio recomendado para uns minutos de descanso e apreciação, aqui encontram também a maior concentração de gôndolas (e as maiores filas, consequentemente) e bancas de artesanato da cidade. Fizemos algumas compras, claro, mas acabámos por nos arrepender mais tarde: nas ruelas mais escondidas encontram-se óptimos negócios.

Estamos agora no centro de Veneza, onde os monumentos se acumulam por metro quadrado. Na foto seguinte, podemos ver a torre do Campanário de São Marcos. É um dos monumentos mais icónicos da cidade e a vista, lá de cima, promete. 


Ali ao canto, espreita a detalhada fachada do Palácio Ducal. Podem visitá-lo por dentro - incluindo a cela de onde Giacomo Casanova se escapou - mas as filas costumam ser longas, portanto é aconselhável comprar os bilhetes online.



Mesmo ao lado, a Ponte dos Suspiros. Apesar de existirem várias "Pontes dos Suspiros" no Mundo, esta é a original. Reza a lenda que o nome surgiu dos suspiros dos condenados quando viam a cidade de Veneza pela última vez, entre a sala de interrogatório no Palácio dos Doges e a Prisão Nova.


Daqui até à Basílica de São Marcos são uns meros passinhos. E depois de esperar meia hora na fila para entrar (para Agosto, nem foi nada mau...) vimos o seu magnífico interior. A entrada é gratuita.




Saindo da Basílica, estamos no ponto mais cliché de Veneza, a Praça de São Marcos. Mas antes de a aproveitarmos, vejamos a Torre do Relógio. Apesar do relógio remontar ao ano de 1499, o mecanismo do relógio já não é o original. Mas não deixa de ser realmente bonito!


E agora, sim, a Praça de São Marcos em todo o seu esplendor. Como podem ver, não estava demasiado cheia de turistas, como nos faziam prever. E o sítio é realmente bonito, com os seus edifícios imponentes, as esplanadas e a vista para a magnífica fachada da Basílica.





Seguimos depois pela Cale de la Canonica, onde parámos para almoçar num típico restaurante italiano e espreitar algumas lojas. Além das famosas máscaras do Carnaval de Veneza e das pastas frescas, aqui encontram muitas lojas de artigos em pele. Ah, e claro, gelados.





Passámos, ainda, pela rua mais estreita de Veneza - a Calle Varisco - que não é de forma alguma recomendada a claustrofóbicos. 


Este caminho levou-nos para a parte mais afastada do centro e à Igreja de Santa Maria Formosa. A Igreja tem duas fachadas em estilos arquitectónicos diferentes, mas foram outros atributos específicos da Virgem Maria que lhe deram o nome de "formosa"...



Vimos também a Basílica de São João e São Paulo, conhecida por ser o local onde se encontram os túmulos dos doges venezianos, mas também de militares e artistas conhecidos. 


Antes de embarcarmos (literalmente) no maior cliché de Veneza, passámos ainda pela Scuola Grande di San Marco. Já foi a mais importante Scuola de Veneza, hoje alberga um Museu dedicado à Medicina.


E pronto... vimos uma gôndola livre e embarcámos nela. Não podíamos sair de Veneza sem experimentar o tradicional passeio de gôndola, mesmo com os preços exorbitantes que se praticam. O passeio, que durou cerca de meia hora, custa 80,00€ - e não adianta regatear, o preço é fixo e todos os gondoleiros cumprem o mesmo valor. Como o custo é por passeio e não por pessoa, quantas mais pessoas tiverem no grupo - até seis - mais barato ficará individualmente.
Apesar do custo não ser negociável, o trajecto é. Podem pedir ao vosso gondoleiro que vos deixe em determinado sítio ou que faça um passeio pelos principais pontos turísticos de Veneza. Optámos por esta última opção e posso-vos dizer que a experiência... valeu a pena! O nosso gondoleiro tinha alma de Pavarotti e não se inibiu de cantar e elogiar as ragazzas que passavam por nós, também. 



É claro que, em pleno Agosto, há bastante trânsito de gôndolas e, em certos pontos, sentimo-nos no IC19 em hora de ponta. Mas houve também momentos em que o silêncio imperou e pudemos apreciar a beleza do momento, claro!
Por falar em trânsito, o próximo ponto foi sem dúvida o mais complicado de todo o roteiro: estava pejada de turistas, a Ponte de Rialto. Mas quer vista do Grande Canal, quer das suas escadarias, é sem dúvida dos locais mais marcantes de cidade. É a ponte mais antiga de Veneza e tem muitas pequenas lojas nas suas arcadas, onde podem aproveitar para comprar recordações. 




Graças à nossa curiosidade e às dicas do gondoleiro, descobrimos um excelente miradouro sobre os canais de Veneza: o terraço no telhado da T Fondaco dei Tedeschi. Basta entrarem pelo edifício que, hoje, alberga um centro comercial e dirigirem-se ao último andar, pelo elevador ou pelas escadas rolantes: é aí que encontram o acesso ao terraço. A entrada é gratuita e a vista para os canais é soberba! Se não tivéssemos reparado nas pessoas no telhado, ao passar de gôndola, este sítio tinha passado completamente despercebido, já que não é mencionado em nenhum roteiro.




Como terminámos relativamente cedo o nosso passeio em Veneza, tendo em conta a hora a que teríamos de apanhar o comboio de volta a Pádua, aproveitámos ainda para conhecer Murano, a ilha do vidro. O caminho para lá é feito, rapidamente, de vaporetto. Pelo caminho, vimos também a ilha onde se encontra o cemitério local.


Murano é uma ilha mais simples e, na generalidade, dedicada às fábricas do famoso vidro de Murano. Se a pretendem visitar, não cometam o mesmo erro que nós e façam-no no período da manhã ou logo a seguir ao almoço. É que o principal ponto turístico de Murano, as fábricas de vidro, fecham às quatro da tarde... 
À hora a que fomos, apenas conseguimos visitar as lojas, que se mantinham abertas.





Num destino como Veneza, as expectativas são altas logo à partida. Os canais, o romantismo, a ideia de passear numa gôndola toldam-nos os preparativos e prendem-nos a respiração no momento em que lá chegamos. Mas Veneza foi tudo aquilo que esperávamos dela, com a benesse de não haver multidões de turistas nem cheiros desagradáveis nos canais, como nos tentámos preparar para encontrar.
Com apenas um dia, é possível ver os principais pontos e aproveitar para caminhar livremente pela cidade, mas sem grandes folgas. Como encontrámos menos filas do que tínhamos previsto, o tempo foi suficiente para visitar Murano, mas não Burano, a ilha colorida. Será, provavelmente, um destino a regressar mais tarde e explorar mais aprofundadamente. Mas este "cheirinho" foi suficiente para percebermos o porquê de ser um destino tão procurado: é, sem dúvida, um destino muito particular.


Let's Run Away? 

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