Não sendo um tema directamente relacionado com viagens, não podíamos deixar passar em branco um dos premiados do World Press Photo 2017, pela sua reportagem nas Filipinas.
Como sabem, estivemos nas Filipinas - em Manila e em Palawan - no final de 2016 e, apesar de termos adorado a beleza natural de Palawan e ficado completamente maravilhados e rendidos com Honda Bay e o Rio Subterrâneo de Puerto Princesa, não é um destino que aconselhemos, de ânimo leve, a amigos. Durante todo o tempo sentimos alguma insegurança, apesar de não termos presenciado nenhuma situação de perigo. Dou-vos exemplos: logo em Manila, o motorista do Uber não nos deixou ficar na zona que tínhamos assinalado, pois não a achou segura, e indicou-nos que nos dirigíssemos para um hotel. No regresso ao aeroporto, outro motorista pediu-nos que fechássemos os vidros do carro e escondêssemos a câmara. Em Palawan, há revistas intensivas com detectores de metais no Centro Comercial e, na viagem de barco, disseram-nos que podíamos estar "descansados" pois estávamos perto da base da Marinha, com barcos americanos muito rápidos e bons. Como é óbvio, ficámos imediatamente a pensar para que seriam necessários os barcos rápidos e bons... Mais tarde, já em portugal, lê-mos esta notícia e percebemos o porquê.
O que se passa é que o Presidente das Filipinas, Rodrigo Duderte lançou, desde que está no poder, uma ofensiva anti-drogas, pois considera que os altos níveis de criminalidade no país se devem ao tráfico de drogas. Além dos julgamentos na justiça, não faltam histórias de julgamentos "por conta própria", feitos pela polícia e por inúmeros civis e aprovados pelo presidente. Tem sido uma autêntica "matança" e, como podem ler na notícia, têm sido postas em risco vidas de filipinos inocentes e até de turistas.
Estávamos curiosos com o que os filipinos acham destas medidas e fizemos questão de falar sobre isso com o motorista do Uber sobre o assunto. Segundo ele, o país está muito mais calmo e os problemas estão a ser resolvidos, sendo que os criminosos estão "in jail or already resting in peace".
E é exactamente sobre esta parte que incide a reportagem de Daniel Berehulak que ganhou o Primeiro Prémio Reportagem na categoria "Notícias em Geral":
Daniel Berehulak, 2016 |
Daniel Berehulak, 2016 |
Daniel Berehulak, 2016 |
A exposição World Press Photo 2017 está patente no Museu de Etnologia, no Restelo, até ao próximo domingo, dia 21 de Maio. A entrada tem um custo de 3,00€ e há descontos para crianças, idosos e estudantes. Se vale a pena? Vale muito a pena!