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Roteiro: Ayutthaya (1 dia)


Ayutthaya fica a cerca de 80 quilómetros de Bangkok e é conhecida por ser Património Mundial pela UNESCO, devido às ruínas que ali podemos visitar. Chegar lá, desde Bangkok, é relativamente simples: basta apanhar um comboio na estação principal de Bangkok (Hua Lamphong - Bangkok Railway Station) e sair na estação de Ayutthaya, cerca de uma hora depois. Comprámos os nossos bilhetes na estação logo pela manhã, optámos pela segunda classe para termos ar condicionado e lugares marcados e pagámos 245 baht (cerca de 6,00€) cada um. 

O comboio é minimamente confortável e o ar condicionado (ventoinhas?) fez, sem dúvida, a diferença. Antes de chegarmos à estação de Ayutthaya, um funcionário veio avisar a nossa carruagem de que estaríamos a chegar. 


Fomos recebidos por um tempo nublado, um céu que oscilava entre o cinzento claro e o cinzento escuro (não vimos um único pedacinho de azul durante muitas horas) e que faz parecer que as fotos estão todas queimadas. Mas não se deixem enganar pelas nuvens, estavam mais de 40º.
Saindo da estação de Ayutthaya, somos imediatamente rodeados de motoristas, guias, etc. que se "oferecem" para nos levar aos templos ou vender roteiros e pacotes turísticos. Já levávamos o nosso roteiros bem definido e esquivámo-nos, rapidamente, dali. Sabíamos que bastava atravessar o rio e andar um pouco para chegar aos templos e não iríamos necessitar de guia. O cais onde apanharíamos o barco é muito próximo da estação e não foi difícil identificar o caminho, tal a quantidade de turistas que para lá seguia.

Para atravessar o rio, pagámos 5 baht (cerca de 0,13€) cada um. Macacos, lagartos e outros animais selvagens à parte, a viagem fez-se num instante.




Até chegar à zona onde se encontra a maior parte dos templos, foi preciso andar cerca de um quilómetro. A cidade é plana, portanto o caminho faz-se perfeitamente bem. Só o calor sufocante não ajudou...
Aproveitámos para tirar algumas fotos às lojas e às casas locais, tão diferentes do que se vê em Bangkok. Os cheiros eram muito intensos, por todo o lado, e nem sempre agradáveis.



Ayutthaya tem inúmeros templos, ou melhor, ruínas de templos. Consoante o vosso interesse e o tempo que têm para lhe dedicar, devem escolher alguns templos a visitar. Se ver "tijolos vermelhos" (como por lá ouvi) não é a vossa praia, vejam apenas o principal e reduzam-se a isso, se não vão ter a sensação de estar a ver mais do mesmo. 

Wat Phra Mahathat

É, possivelmente, o templo mais conhecido de Ayutthaya, pela imagem tão reconhecida da cabeça de Budha no meio das raízes de uma árvore. Foi o primeiro templo que visitámos e pagámos 50baht (cerca de 1,30€) pela entrada. É possível comprar um bilhete pacote de cinco templos por 200 baht, mas calculámos que não teríamos tempo para todos e portanto optámos por bilhetes individuais.


Ao contrário do que possam pensar, a cabeça não foi ali parar. mas sim a árvore. O templo remonta ao ano de 1374, quando começou a ser construído e, desde aí, a árvore cresceu e desenvolveu-se à volta de uma estátua de Budha. Não é possível chegar perto nem tocar, e para estar em frente devemos estar sentados ou, no mínimo, agachados. 

Nem só da cabeça na árvore se faz este templo, e há muito mais para ver e explorar.



Phra Ram Park

Não estava no roteiro, mas entre o ponto anterior e o próximo ponto, passámos por este lindíssimo jardim. E, de repente, parecia que estávamos noutro sítio. Água limpa, muitas árvores, relva cuidada e pássaros a chilrear à nossa volta.




Wat Phra Ram

Estava nos nossos planos visitá-lo mas, não sabemos porquê, encontrava-se fechado. Ainda assim, é possível ver o prang principal a partir do parque e foi o que fizemos.


Wat Phra Si Sanphet

O complexo do templo é, maioritariamente, constituído por três grandes chedis bastante pontiagudos, como o que se vê na imagem. Foi construído em 1351, marcando o centro da antiga capital da Tailândia. Era, na altura, um local sagrado usado exclusivamente para cerimónias reais. Entretanto, foi completamente incendiado pelo exército birmanês durante a ocupação e restaram apenas estes três chedis.


A entrada neste templo custou, mais uma vez, 50baht por pessoa.
Até ao ponto seguinte, a cerca de três quilómetros, apanhámos um tuctuc. Custou-nos 100baht (menos de 3,00€) depois de muito regatearmos. 


Wat Chaiwatthanaram

O templo que mais me impressionou, pela sua imponência e pela vista para o rio. Fica situado mesmo na margem e permite contemplar a cidade, do outro lado. Por ser um dos principais templos, foi também aquele em que encontrámos mais turistas. Mas, ao mesmo tempo, o espaço é tão grande que pudemos ficar sentados num dos muros, simplesmente a contemplá-lo enquanto descansávamos.
O custo da entrada foi também de 50baht por pessoa.




A tarde já ia longa e nós ainda não tínhamos comido - a partir do momento em que entramos na zona dos templos, não conseguimos avistar nem um único sítio onde pudéssemos comer. Encontrámos, apenas, alguns carrinhos de venda de bebidas e gelados. Por isso, e porque tínhamos curiosidade em ver o movimento da cidade fora da zona dos templos, apanhámos novamente o tuctuc para o mercado flutuante de Ayutthaya. O instinto dizia-nos que por lá haveria comida, e não nos enganámos.


Ayutthaya Floating Market

É, basicamente, um mercado flutuante feito "para turista ver". Ficámos com a ideia de que era bastante forçado mas, ao mesmo tempo, encontrámos comida com muito bom aspecto, coisas bastante diferentes do que víamos por Bangkok e também muito artesanato local. 
A entrada tem um custo de 200 baht por pessoa (cerca de 5,00€) e inclui um passeio de barco pelo mercado. 




Ainda não tínhamos experimentado comida de rua na Tailândia (estávamos apenas no segundo dia de viagem) e foi aqui que arriscámos. Comemos as tradicionais espetadas de carne e fomos experimentando outras coisas, aqui e ali. Pela refeição dos dois, pagámos 140baht (cerca de 3,60€). 





Foi muito complicado arranjar um tuctuc que nos levasse novamente à estação de comboios. O caminho era bem mais curto do que o que fizemos do último templo até ao Floating Market e pediam-nos umas cinco vezes mais pelo trajecto. Basicamente, há uma praça de tuctucs (como se fosse uma praça de táxis) e não é possível apanhar um tuctuc em nenhum lugar próximo que não ali. Na praça, há um responsável por definir o preço de cada viagem e encaminha os turistas, depois, para o tuctuc que nos atribui. Não conseguimos regatear mais do que um desconto de 20 bahts no preço que nos pediam e quase desesperámos com a situação, pela forma como nos estávamos a sentir roubados naquele esquema.

Com tudo isto, chegámos à estação já em cima da hora do comboio que queríamos apanhar. Comprámos o bilhete no guichet, em que praticamente não se falava inglês e acabámos por arriscar viajar em terceira classe - na vinda tínhamos viajado em segunda classe e, ao sair do comboio, até comentámos que tínhamos sido os únicos estrangeiros armados em finos, porque os restantes turistas saíram todos das carruagens de terceira classe. Pareceu-nos um bom motivo para querer arriscar... (Pareceu!) 20 baht pagos (cerca de 0,50€) pelo trajecto e um "Line 1. NOW!" puseram-nos a correr para o comboio.


Se foi a pior viagem da nossa vida? Bem, não foi. Mas também não foi, de longe, a mais confortável e perfumada. Encontrar um lugar sentado foi difícil - a população local senta-se com as pernas esticadas nos bancos, deita-se, etc. e coloca os sacos também em cima dos bancos. Falar inglês era escusado, pois ninguém nos percebia. Lá nos conseguimos enfiar num pequeno espaço no banco que, milagrosamente, estava livre. Milagrosamente ou graças ao cheiro nauseabundo a peixe seco que saia do saco da nossa companheira de banco...


Provavelmente, apesar do cheiro a peixe seco que não nos sai da memória, arriscaríamos novamente viajar em terceira classe. Foi mais uma experiência da nossa viagem, em que nos sentimos rodeados da realidade. 

Visitar Ayutthaya vale muito a pena. É, sem dúvida, uma cidade com muita história para contar e isso vê-se pela imponência das suas ruínas. O Reino de Ayutthaya chegou a ser, no seu tempo, o mais importante de todo o Sudeste Asiático, devido à sua actividade comercial. Vale, sem qualquer dúvida, a viagem de oitenta quilómetros que a distancia de Bangkok. 
Se pretenderem visitar a cidade, recomendamos que levem comida convosco (já estávamos desesperados para comer quando chegámos ao Floating Market) e aluguem uma bicicleta (existem bastantes à disposição à saída da estação de comboios), de forma a facilitarem as deslocações e evitarem os problemas de preço dos tuctucs

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