Paris foi o destino de Janeiro.
Dois dias, uma escapadela de fim-de-semana, com a desculpa de visitar Versalhes, que ainda não conhecíamos, e de experimentar um voo com a Joon, a nova low cost que se passeia pelos céus da Europa.
Depois de um pequeno susto com as notícias sobre "cheias incontroláveis", fizemos as malas e embarcámos no sábado, ainda de madrugada. Quanto à Joon, ficámos extremamente bem impressionados. Horários cumpridos (dentro do que o nevoeiro permitiu), avião confortável, tripulação atenta e bastante simpática e até, imagine-se, "chá, café ou laranjada?" oferecidos aos passageiros.
Desembarcámos em Paris com o pequeno-almoço à nossa espera - obrigada M. e E., era tudo tão delicioso que nem sobraram fotos para contar a história - e muito poucos planos para o dia. O único plano que tínhamos era o de fugir aos pontos mais turísticos e conhecer coisas novas. Conversa para aqui, "gostava de ver isto" para ali, definimos um plano, com a ajuda de quem conhece as ruas de Paris melhor do que nós.
Só a caminho do metro, já prontos a começar, soltei um "Espera lá! E se fizéssemos tudo ao contrário?". Depois de uns segundos a olhar para mim e a duvidar da minha capacidade de planeamento, Ele deu o braço a torcer e virámos o plano de pernas para o ar.
Começámos o nosso trajecto na Rue Cremieux, uma adorável rua sem trânsito com casas dignas de conto de fadas dos tempos modernos (cor, muita cor, e fotografias de babar). Daí seguimos para a Bastilha, Place des Vosgues e um acolhedor restaurante para almoçar, na Place du Marché Sainte-Catherine. Marais, Centro Pompidou, Les Halles, Palais Royal e, por fim, as famosas Galeries Lafayette. O timing perfeito com que chegámos ao terraço permitiu-nos ver o pôr-do-sol sobre Paris, a cidade a ligar as suas luzes e os primeiros brilhos da gigantesca Torre Eiffel, lá ao fundo. Impagável.
Seguimos novamente, que o dia ainda não tinha acabado. Campos Elísios, Arco do Triunfo e o jantar à nossa espera, na hamburgueria Schwartz. A cereja no topo do bolo estava reservada para o final da noite: terminar o dia no Trocadéro, a tempo de ver mais um blinking da Torre Eiffel.
Chegámos ao hotel - ficámos alojados no Europe Hotel Paris Eiffel - a comentar o quão bom tinha sido o dia, e que "se ficássemos por ali, já tinha valido a pena".
Mal sabíamos o que nos estava reservado para o segundo dia, que veio apenas confirmar o que suspeitávamos: o primeiro dia tinha sido realmente muito bom. As cheias em Paris cortaram a linha do comboio para Versalhes, o que nos obrigou a mudar completamente o roteiro e a tirar dos planos o maior motivo que nos levou a Paris. Aproveitámos para subir à Torre Eiffel, onde encontrámos o terceiro patamar fechado e uma valente decepção. Para a tarde, um passeio pelas margens do Sena desde a Torre Eiffel até Notre Dame. Valeu-nos a visita à Shakespeare and Company, uma livraria deliciosa onde, se pudesse, ainda estava a percorrer estantes e folhear livros.
Os 16,00€ que pagámos para subir à Torre Eiffel deixam-nos a pensar que, em boa verdade, as melhores coisas da vida não se pagam. E nada nos tira a sensação de ver o pôr-do-sol sobre Paris do terraço das Galerias Lafayette (onde, lá está, a entrada é gratuita!).
Quanto às cheias, tenho a dizer-vos que quem diz que as cheias em Paris estavam incontroláveis, nunca viu a Praça de Espanha em dias de chuva. As margens do Sena subiram, sim, mas não chegaram ao nível das estradas e não atrapalharam a circulação dos turistas e parisienses que lá andavam. Confusão vimos, mas só entre as centenas de pessoas que se acotovelavam para tirar fotografias às águas...
Paris is always a good idea e, se à terceira não foi de vez, parece-nos que teremos que lá voltar. Afinal de contas, temos Versalhes por visitar, e ainda não conseguimos descobrir se gostamos mais dos macarons Laduré ou Pierre Hermé (apesar de nos termos dedicado a experimentar...).