Já vos disse que sou boa boca e particularmente gulosa. Ele é mais esquisito e, em certos destinos (como aconteceu em Hong Kong), difícil de alimentar. Para mim, a comida é uma parte importante de cada viagem e faço questão - principalmente fora da Europa - de experimentar a comida local. Não saí das Filipinas sem experimentar halo-halo, a tradicional sobremesa local, por muito que me tenha sido estranho comer gelo com leite e feijões.
Dos países mais tropicais, conquistam-me as frutas. Quem disse que uma gulosa inveterada não pode ter hábitos saudáveis? Os sumos de Bali e das Gili estão, até hoje, entre os melhores do mundo. Mesmo depois de vários copos de sumo de dragonfruit nos terem deixado num estado mais... desarranjado. E os nasi campur e nasi goreng agradaram a ambos (o que é raro, confesso). Nunca comi papaia mais saborosa do que em Cabo Verde, onde também comi bifes de atum até à exaustão. O queijo local com doce de papaia é daquelas memórias que sei que, se voltar a provar, não vai saber tão bem. No México, para além das tortillas, dos tacos e do guacamole lembro-me com saudade dos buffets de frutas, sumos e batidos do pequeno almoço, de beber e chorar por mais. Mesmo as piñas coladas, as margaritas, os rivieramayas e as Coronas com lima deixam saudades (imensas), e se me lembro bem delas é porque não foram assim tantas.
Nas Filipinas, há um fenómeno interessante de valorização de "estrangeirices" no pequeno-almoço e, com bancas de fruta de encher a vista mesmo à porta do hotel, serviram-nos sumo de lata ao pequeno almoço. Desilusão. Mas o halo-halo, depois da estranheza inicial, conquistou-me. E o tradicional adobo também. E se há algo em que são mestres, é nos grelhados. Seja peixe, carne ou frutos do mar, comemos bem nas Filipinas. Os sumos de fruta do restaurante flutuante - Badjao Seafront Restaurant - deram quinze a zero aos sumos do hotel, provando que o que é "nacional é bom", também nas Filipinas.
E o dim sum de Hong Kong? Que saudades. Houve, claro, alguns que não gostei. Principalmente os de carne, com uma textura tão diferente da nossa. Mas camarão e legumes são reis em muitos pratos e os sabores bastante apetitosos. Mesmo os noodles que ele detestou deixam-me saudades.
Dentro da Europa, ninguém me tira as memórias do chocolate belga, da melhor pizza do mundo que comi em Milão na Pizzeria Spontini (nunca me esqueci, sequer, do nome), dos macarons Pierre Hermé (para mim melhores que os Ladurée), dos waffles de Bruges e das salsichas alemãs (que em Hamburgo apenas encontrámos no aeroporto). E entre nuestros hermanos, seja tapas ou pintxos, marcha tudo. Há excepções à regra, claro está. Em Praga não consegui, por mais vontade que tivesse, experimentar a comida local: o cheiro e o aspecto não me convenceram e salvou-me o McDonald's por perto, e um óptimo italiano perto da Praça Venceslau.
Nem só de Praga rezam as minhas desilusões. Da Túnisia apenas me lembro do frango, a todas as refeições, e do excesso de picante em todo o lado - picante não me convence, peço desculpa. Quem também não me convence são os E.U.A., gastronomicamente (e também culturalmente) falando. Ao fim de dois ou três dias a fast food sonho com saladas. Saladas americanas, super saudáveis, cobertas de Doritos por cima. Mas até isso me fica na memória: em mais nenhum lugar do mundo a salada traz Doritos. Salvam-se os hambúrgueres do Johnny Rockets, a que fomos fiéis tanto em Nova Iorque como em Miami. E falando em Miami, que saudades da Key Lime Pie on a stick que comemos na nossa roadtrip até Key West.
E acham que me esquecia de falar do nosso Portugal? Uma francesinha no Porto, um D. Rodrigo no Algarve, umas deliciosas migas Alentejanas... Mesmo nas ilhas: não há melhor do que uma espetada em pau de louro, acompanhada de milho frito, depois de um bolo do caco bem regado com manteiga de alho. E se em S. Miguel há filetes deliciosos em Rabo de Peixe (não fosse terra de pescadores), na Terceira há da melhor carne que já comi. E o cozido das Furnas? Venham as queijadas de Vila Franca do Campo acompanhadas de um chá Gorreana, para terminar a festa.
E acham que me esquecia de falar do nosso Portugal? Uma francesinha no Porto, um D. Rodrigo no Algarve, umas deliciosas migas Alentejanas... Mesmo nas ilhas: não há melhor do que uma espetada em pau de louro, acompanhada de milho frito, depois de um bolo do caco bem regado com manteiga de alho. E se em S. Miguel há filetes deliciosos em Rabo de Peixe (não fosse terra de pescadores), na Terceira há da melhor carne que já comi. E o cozido das Furnas? Venham as queijadas de Vila Franca do Campo acompanhadas de um chá Gorreana, para terminar a festa.
A curiosidade gastronómica já está ao rubro com as próximas viagens: já me imagino a comer pad thai, com pauzinhos, nas ruas agitadas da Tailândia. Da roadtrip em Itália nem se fala: as bruschettas, as pizzas, as pastas, os gelados já me conquistaram há muito. E no Luxemburgo, o que nos aconselham?