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Dizem que é mau olhado...


Acho que acontece a qualquer um: marcamos uma viagem, começamos o planeamento, contamos os dias que faltam até lá. No nosso caso, deveríamos acrescentar umas três Avé-Marias e outros tantos Pai-Nossos ao processo, tal é a nossa sorte (para não dizer azar) neste campo.

Deixem-me explicar-vos: temos, neste momento, três viagens marcadas para 2018.
A primeira viagem é, como sabem, Paris. Já vos falei, é o nosso destino de Janeiro. Partiremos este sábado, bem cedo, com destino à Cidade Luz. Ou deverei chamar-lhe a cidade inundada? É que, sorte a nossa, Paris está sob alerta de mau tempo, com as margens do Rio Sena a galgarem até à cidade e, imagine-se, até uma parte do Louvre esteve fechada.
Para o destino de Fevereiro, voaremos com a TAP - comprámos a viagem a aproveitar a campanha de milhas na altura do Natal. Voaremos, se a greve de tripulantes de cabine para o Carnaval for desconvocada, já que está marcada exactamente nos dias em que pretendemos viajar.
Para o terceiro destino - provavelmente a maior viagem deste ano - por enquanto corre tudo sobre rodas (ufa! batam na madeira!). Esperaremos para ver como será...

Isso são só coincidências, dizem vocês. E eu digo-vos: andamos há três anos a safar-nos de "coincidências" nas nossas viagens. Ora atentem ao nosso histórico:

Nova Iorque
Voámos na semana do maior nevão dos últimos cinquenta anos. O aeroporto esteve fechado até às três horas anteriores à partida do nosso voo. Conseguimos embarcar e aterrar em segurança, mas percorremos Nova Iorque com sensações térmicas de -18º.

Bali
O vulcão da ilha vizinha entrou em erupção na semana anterior ao nosso voo, o que obrigou a que o aeroporto de Dempasar (para onde voaríamos) fosse fechado. Estivemos, até o voo levantar em Amesterdão, sem saber se conseguiríamos aterrar em Bali. Acabámos por ser dos primeiros voos da semana a aterrar e, apesar de termos ficado sem boleia para o hotel por causa desta confusão, acabou por correr tudo bem.
Durante as férias, apanhámos o primeiro dia de chuva (torrencial) - não chovia há um ano.

Miami
Não houve atrasos, não houve tempestades (apenas alguma chuva no regresso de Key West) mas a nossa mala não quis viajar connosco e só chegou ao destino dois dias depois. Valha-nos ter alguém prevenido no casal (eu!) que tinha posto uma muda de roupa, biquinis e calções de banho na mochila que viajou connosco.

Hong Kong
Dois ou três dias antes da viagem, Hong Kong esteve em alerta, com todas as pessoas proibidas de sair de casa, devido a uma forte tempestade. Acabou por correr tudo bem e o clima esteve bastante ameno durante toda a viagem.

Filipinas
Reza a lenda que em Manila íamos sendo presos no aeroporto, porque a segurança "embirrou" com a nossa mala e queria-nos obrigar a pagar uma taxa extra. Acabámos por perceber que era um esquema que tinham com todos os turistas que aparentavam ser estrangeiros e, ao fim de muita reclamação e de chamarmos os superiores, lá embarcámos.

Lucerne
Lucerne é uma cidade adorável, mas acredito que seja ainda mais encantadora quando não chove. É que, durante o dia em que a visitámos, a chuva não parou um minuto sequer...

Tailândia
Ao fim de três dias, intoxicação alimentar. E não, não foi com comida tailandesa. Muito menos com comida de rua. Foi num distinto restaurante italiano, dos mais cotados no TripAdvisor em Bangkok. Garanto-vos que a viagem entre Chiang Rai e Chiang Mai foi uma animação, mas poupo-vos aos detalhes.

Itália
Desta vez virámos as tendências e, em vez de mau tempo, apanhámos a maior vaga de calor dos últimos anos e todo o país em alerta vermelho. Fizemos a viagem sem problemas, mas as temperaturas acima dos 40º não ajudaram. Para vos dar um exemplo, visitámos o Coliseu de Roma com temperaturas de 42º e com a água esgotada em todos os quiosques do recinto.

Terceira
Saímos de Lisboa com um atraso considerável, devido ao mau tempo na Ilha. Foi dos voos mais complicados de sempre, com muita turbulência e relâmpagos a aparecerem pelas janelas. Aterrámos em segurança, sim, mas o dono do AirBnB onde ficámos garantiu-nos que não via chover assim há anos. E o mau tempo perseguiu-nos de tal maneira que no Miradouro da Serra do Cume não se via um palmo à frente do nariz. 

Cuba & Toronto
Como já vos disse, vim de Cuba doente. Desembarcámos no aeroporto de Lisboa e seguimos directos para o hospital, de onde saímos com uma baixa de dez dias. Veio mesmo a calhar, dias antes do Natal...

Podia escrever mais, mas tenho receio que achem que estamos a exagerar...

É claro que agora, com o passar do tempo, são histórias que contamos e que até nos dão vontade de rir. Quando as vivemos, são capazes de nos dar pequenos ataques cardíacos. Depois, Ele esquece-se rapidamente, eu acabo por conseguir rir-me da situação. Continuaremos a viajar e a testar o que mais o destino - e o S. Pedro, com as suas bipolaridades climatéricas - terá para nos oferecer no que toca a este tipo de surpresas.
E resta-nos esperar que, pelo menos, as coisas se continuem a resolver à última hora. 

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