Roteiro: Bolonha (1 dia)

Bolonha é, sem sombra de dúvidas, a cidade menos turística que visitámos durante esta roadtrip. Não encontrámos filas, multidões de turistas nem tours organizadas a cada dez passos que dávamos. Ou melhor, não as encontrámos, de todo. Foi em Bolonha que nos sentimos na verdadeira Itália, a típica Itália, embrenhados no dia-a-dia da cidade e no corropio de quem vai para o trabalho ou, simplesmente, ao supermercado para encher a dispensa lá de casa.

Por ser uma cidade maioritariamente universitária, vive muito no decorrer do ano lectivo e aproveita para reabastecer energias, acalmar e recuperar durante as férias de Verão. Talvez por isso, a maior parte dos monumentos estavam, exactamente, em obras de restauro. Porque, ao contrário das outras cidades, a maior enchente de visitas talvez não seja em Agosto. 

Chegámos a Bolonha vindos de Pádua, depois de visitar Veneza numa pequena escapadela de um dia. Ficámos alojados no Nuovo Hotel del Porto, bem perto do centro, e foi lá que estacionámos o carro e pedimos indicações para o jantar, pois a noite já ia avançada.

No outro dia, bem cedo pela manhã, partimos a pé para o centro da cidade. A primeira impressão que temos é a de uma cidade calma, quente, e com muito vermelho à mistura. Os edifícios são, na sua maioria, em tijolo. E os restantes estão também pintados em cores quentes, que variam entre o amarelo e o vermelho-tijolo. 

Como já vos dissemos, o nosso hotel estava bastante bem localizado, muito próximo do centro da cidade. Isso permitiu-nos começar o roteiro pela Via dell'Indipendenza - uma das ruas mais agitadas, com muitas lojas de ambos os lados - até à Catedral Metropolitana de São Pedro.

Seguimos depois para a Piazza Maggiore, onde se encontram alguns dos principais monumentos da cidade. É uma praça cheia de vida, edifícios históricos e lojas. Em Agosto, encontrámos a praça preparada para as noites de cinema da cidade: um enorme ecrã e muitas, muitas cadeiras para quem quisesse assistir. 

Nesta praça encontramos vários palácios, entre os quais o Palazzo del Podestà, com a sua torre que se destaca na panorâmica da praça. 

Outro Palácio situado na Piazza Maggiore é o Palazzo D' Accursio, também conhecido como Palazzo Comunale. É aqui que se encontra a sede do Município de Bolonha. Na varanda, encontra-se uma estátua em bronze do Papa Gregório XIII. Além de um Museu com as memórias históricas e políticas da cidade, alberga também o Museu Morandi, com obras do artista.

É também nesta localização que se encontra a Fonte de Neptuno, um dos monumentos mais emblemáticos da cidade. Para nosso azar, encontrava-se fechada para manutenção e completamente tapada por andaimes e panos. 

A fechar a praça, temos a Basílica de San Petronio. É a 15º maior igreja do mundo e é mesmo E-N-O-R-M-E. A entrada é gratuita e não se pode tirar fotografias no interior.

Bolonha é conhecida, principalmente, pelas suas arcadas. Ao todo, a cidade tem trinta e oito quilómetros de arcadas e, se repararem, elas estão realmente por todo o lado. Para nós, com o calor abafante que se fazia sentir em toda a Itália por estes dias, foram um deleite. Para as fotografias, também, já que as há de vários feitios, coloridas, desenhadas, detalhadas, etc. Estas, na foto, não são as mais famosas (já lá vamos) mas não podíamos deixar de as registar.

A partir da Piazza Magiore, embrenhámo-nos nas ruas da cidade. Empredradas, coloridas e muito convidativas, espreitámos as lojas e os restaurantes locais e também um bocadinho do dia-a-dia dos bolonheses.

Pelo caminho, esbarrámos na porta do Santuário de Santa Maria della Vita. O detalhe da fachada e do seu interior prenderam-nos a atenção. A entrada é, também, gratuita.

Mesmo ao lado deste Santuário, encontrámos o Mercato di Mezzo. À semelhança das tendências actuais, trata-se de um mercado local onde encontramos vários espaços para refeições mais ligeiras ou completas, à preferência de cada um. Foi exactamente aqui que parámos para almoçar, entre bruschettas, pastas e pizzas. 

Se já vos falei das típicas arcadas bolonhesas, agora falo-vos das mais famosas: as arcadas da Piazza Cavour. São as mais artísticas de todas as que vimos, e isso vale-lhes a distinção. Se quiserem aproveitar a visita a Bolonha para fazer algumas compras, espreitem também a Galleria Cavour, bastante perto. É aqui que estão reunidas as marcas mais luxuosas e ainda estou arrependida de não ter aproveitado melhor os saldos, porque encontrámos autênticas pechinchas em lojas como a Michael Kors. 

Daqui, seguimos para a Basílica de São Domingos. Apesar de distante do centro, é uma das igrejas mais importantes de Bolonha. Infelizmente, encontrámo-la fechada e não conseguimos visitar o seu interior.

Hora de voltar ao centro, novamente a percorrer as ruelas da cidade. Depois de uma paragem nos gelados Venchi (já vos falámos deles no Roteiro de Verona) para recarregar energias e ajudar a lidar com  o calor, seguimos para os monumentos mais curiosos da cidade...

Mas antes de lá chegarmos, passámos também pelo Palazzo della Mercanzia, um edifício de estilo gótico onde se situa a Câmara de Comércio de Bolonha. 

E, por último, as famosas torres. Chamam-se Torre degli Asinelli (a mais alta) e Torre Garisenda (a mais baixa) e estão, ambas, incrivelmente tortas. Apesar de existirem dezenas de torres, algumas bem bonitas, em Bolonha, estas são as mais famosas pela sua inclinação. E é possível, para os mais destemidos, subir a uma delas: dizem os corajosos que tem uma vista brutal para a cidade. 

E assim terminou o nosso roteiro, já muito próximo novamente do ponto inicial. Com a ajuda do Sygic Travel estabelecemos o roteiro de forma circular, com a duração de 5 quilómetros - fácil, fácil!
De Bolonha, vamos recordar uma cidade convidativa mas também a comida. O primeiro jantar, numa esplanada no centro da cidade, deixou-nos com água na boca. Comida simples, típica, saborosa. Foi uma óptima pausa entre as cidades mais exigentes do nosso roteiro e um passeio muito agradável pela verdadeira Itália de quem lá vive. 

Let's Run Away?