Adicionar Roma à nossa roadtrip por Itália foi uma decisão mais emocional do que outra coisa. Tínhamos três dias por preencher e, estando em Florença, era bastante simples chegar até lá. Depois, há o tal objectivo de conhecer as sete maravilhas do mundo. E, numa perspectiva mais estratégica, conseguiríamos um bom voo, com um preço simpático, para regressar a Lisboa e terminar a nossa roadtrip.
Toda esta introdução para vos explicar que três dias em Roma são, na verdade, muito pouco tempo para conhecer a cidade. Roma é gigante e tem tanto para ver que nem num mês seria possível conhecê-la na totalidade. Ainda assim, fizemos um roteiro que nos permitisse ver os pontos principais e percorrê-los com a calma que os 40º que se faziam sentir e um grupo grande - começámos quatro, mas em Roma tornámo-nos sete - necessitavam.
Depois de chegarmos a Roma, entregarmos o carro alugado e nos reunirmos com os três novos elementos da viagem, o primeiro ponto a que nos dirigimos foi o Coliseu de Roma. Este monumento dispensa apresentações, não só pela sua história de mais de mil e novecentos anos, mas também por ser uma das Sete Maravilhas do Mundo.
Se quiserem visitar o seu interior, é necessário comprar um bilhete - 12,00€ por adulto, gratuito até aos 18 anos. Uma dica muito importante é comprarem o bilhete com antecedência, online. Poupou-nos imenso tempo na fila!
A sensação de estar dentro de um monumento com tantos anos de história e, ao mesmo tempo, tão bem conservado, é indescritível. E nem o calor sufocante e o vento cheio de terra tiraram a magia ao lugar. Lá de cima, é também possível espreitar o Foro Romano, que visitaremos mais adiante. Ao saírem, não se esqueçam de visitar o Arco di Constantino e o Arco di Tito, bastante próximos.
Para o primeiro dia, reservámos também algum tempo para visitar outro dos pontos turísticos mais conhecidos de Roma, daqueles que imaginamos calmos, vazios e fáceis de visitar... mas depois chegamos ao local e a quantidade de gente é tanta que tudo se torna confuso. Falo-vos da Fontana di Trevi, a maravilhosa fonte em estilo barroco que se situa no centro da cidade. Todos querem chegar lá perto e atirar uma moeda, garantindo voltar a Roma um dia - não se esqueçam, atirem a moeda com a mão direita, por cima do ombro esquerdo, e não sejam forretas no valor (as moedas são recolhidas todos os dias e utilizadas para fins de caridade, assegurando alimentação e cuidados básicos aos mais necessitados da cidade).
No caminho para o próximo ponto, passámos pelo Tempio di Adriano, um templo do ano 145 mandado construir pelo imperador Antonio Pio. Do templo original apenas restam as 15 colunas que o compunham, mas a praça é bastante agradável para uma pausa. Foi aqui que fomos rodeados por bolas de sabão gigantes, incluindo a nossa câmara, como podem ver (e também nós próprios, como podem ver no nosso instagram).
Seguimos depois para o Panteão, um dos monumentos imperdíveis de Roma. A entrada neste monumento é gratuita - apenas terão de pagar se pretenderem uma visita guiada - e apenas lá dentro poderão observar a enorme cúpula e o óculo, que permite a entrada da luz do dia (e da chuva, também).
O dia já ia longo, as pernas bastante cansadas e, depois de jantarmos num dos restaurantes da zona, numa rua de comércio, terminámos o roteiro numa geladaria Venchi. Já vos tínhamos dito que ficámos fãs destes gelados desde que os conhecemos em Verona, mas esta loja superou todas as anteriores: ninguém consegue resistir à parede de chocolate líquido!!!
Graças ao simpático motorista de Uber que nos foi atribuído, terminámos o dia com um passeio por alguns dos pontos turísticos de Roma e algumas explicações e apresentações, que só lhe poderemos agradecer. Ficámos alojados no Hotel des Artistes, de que já vos falámos, e foi aí que descansámos para ganhar forças para o dia seguinte.
O segundo dia estava inteiramente dedicado a conhecer o Vaticano. Apesar de sermos ambos agnósticos, gostamos de visitar os locais mais emblemáticos de cada religião e de aprender com eles. Não poderíamos deixar escapar a possibilidade de conhecer o Vaticano... Infelizmente, os dias em que estivemos em Roma não correspondem aos dias da benção papal - é possível ver o Papa às quartas-feiras e domingos, acenando da sua janela. Ainda assim, a visita ao Vaticano valeu muito a pena, apesar de termos "ido a Roma sem ver o papa".
Chegámos ao Vaticano de metro (o Vaticano encontra-se muito perto da estação de metro "Ottaviano") e, mais uma vez, já com os bilhetes no bolso. Para visitar a Praça e a Basílica de São Pedro não é necessário qualquer pagamento (apenas aguardar nas longas filas), mas o mesmo não acontece com os Museus do Vaticano, onde se encontra a Capela Sistina, por exemplo. Comprámos os bilhetes online, com antecedência, e entrámos directamente para os Museus. Por cada adulto pagámos 20,00€ e por cada criança 12,00€ (bilhete + taxa de reserva individual). Lembrem-se, homens e mulheres, de levar ombros e joelhos tapados: nada de tops de alças, saias curtas ou calções.
Começámos pelos Museus do Vaticano, a que dedicámos toda a manhã. Os Museus do Vaticano incluem vários temas, jardins, a famosa Capela Sistina e também a impressionante escadaria de Bramante, em dupla hélice.
Depois de descansarmos e almoçarmos num restaurante à porta do Museu, a tarde foi dedicada à Praça de São Pedro e à Basílica de São Pedro. Foi um grande tiro de sorte termos decidido visitar o Museu pela manhã e a Basílica pela tarde, pois à tarde não havia fila para entrar na Basílica. Demorámos apenas o tempo necessário a passar na barreira de segurança e nos detectores de metais - toda a área está sob fortes medidas de vigilância - e em minutos estávamos lá dentro.
Graças ao tempo que poupámos nas filas, ainda houve tempo para um novo ponto no roteiro: a Piazza di Spagna, com a sua famosa escadaria. Um passeio pela praça, com várias lojas de luxo, uma fonte refrescante e, claro, alguns minutos sentados na escadaria, enquanto aproveitávamos para descansar.
Para recuperar energias, um dos que é considerado o melhor gelado de Roma: parámos nos gelados Pompi para verificar se são realmente bons, claro! Querem saber a nossa opinião? Mais tarde daremos, assim como dos restaurantes em que comemos.
Do terceiro dia não nos restavam muitas horas até apanhar o avião de regresso a casa, mas não quisemos deixar de visitar alguns pontos. Começámos pela Igreja de Santa Maria della Pace, a igreja titular de Roma.
Daí seguimos para a Piazza Navona, que foi, originalmente, um estádio romano. Do estádio apenas resta o formato, mas podemos também lá encontrar a Fonte de Neptuno e a Fonte dos Quatro Rios (onde estão representados os rios Danúbio, Nilo, Ganges e Rio da Prata).
Próximo ponto: Area sacra dell'Argentina, na zona de Campo de Marte. Aqui encontrámos as ruínas de templos da época romana, bem como do Teatro de Pompeu. Curiosamente, o nome "Argentina" não vem do país com o mesmo nome, mas sim da cidade de Estrasburgo, que na altura se chamava Argentorato.
De seguida, visitámos a Igreja de Jesus, a igreja mãe da ordem dos jesuítas em Roma. Apesar da fachada simples, o interior impressinou-nos bastante e não há foto que faça jus ao magnífico tecto da igreja, tão realista que parece apresentado em relevo.
Ao ponto seguinte do roteiro, os romanos e os turistas dão os mais variados nomes, mas muito raramente o verdadeiro. O Monumento a Vittorio Emanuele II, na Piazza Venezia, é também popularmente conhecido como "o bolo da noiva" ou "máquina de escrever". O monumento é imponente e chama à nossa atenção, mas o que vale mesmo a pena são as vistas que tem para a cidade de Roma.
Voltámos, depois, ao Foro Romano, que já tínhamos visto ao visitar o Coliseu, caminhando através da Via Sacra.
Terminámos o roteiro na Basílica de Santa Maria Maior, uma das maiores e mais importantes de Roma. Os vários mosaicos são impressionantes!
De Roma, ficámos com vontade de regressar e conhecer mais, muito mais. Para Ele, que já lá tinha estado há alguns anos, foi uma oportunidade de explorar melhor alguns dos monumentos. Para mim, foi a descoberta de uma cidade tão imersa em cultura que, desconfio, vai ser alvo de várias visitas, no futuro.
Em Roma há muito para fazer, muito para ver, muito para comer... e não sendo uma cidade pequena, nem tendo os pontos turísticos reunidos num centro histórico (como acontece em muitas cidades europeias), não é uma cidade que se conheça, facilmente, num par de dias. Aconselhamos uma viagem com vários dias e com percursos bem definidos, ou correm o risco de passarem horas de um lado para o outro, quais baratas tontas, entre os vários monumentos.
Foi com Roma que nos despedimos de Itália e da nossa roadtrip, que nos trouxe as melhores memórias. Ficamos cheios de saudades da bella Italia e quereremos, sempre, voltar. Quem sabe não será já este ano!
Let's Run Away?