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Outra vez arroz.



De cada vez que viajamos com a TAP, sinto-me como o menino chinês que está farto de arroz. Não pelo arroz, nem pela comida, mas porque os problemas são sempre o prato do dia. Pelo sarcasmo envolvido na piada, podem já perceber como o regresso das férias foi divertido...
Desconfio que quem diz que a TAP é uma boa companhia aérea tem daqueles óculos especiais para ver o mundo cor-de-rosa. Ou então não viaja com frequência, ou não quer ver.
Já o foi, em tempos, mas hoje em dia é uma desgraça completa. E não deixa de ser irónico que, nesta viagem, estavamos com receio de voar com a Level, a low cost da Iberia, por ser uma viagem tão longa e sem serviços incluídos a bordo. Vai-se a ver, a viagem com a Level decorreu sem problemas de maior e é a TAP que nos dá cabelos brancos.

Confesso que, inocente, quando o avião aterrou no aeroporto de Lisboa a horas, o meu cérebro lançou um "Oh lá, queres ver que se deu um milagre e a coisa hoje correu bem?". Eram 23h30, estavamos em viagem há demasiadas horas e o nosso corpo pedia cama urgentemente, tão urgentemente como alguém que vai trabalhar no dia a seguir às 9h com um jet lag de oito horas. Mal eu sabia...

Meia hora depois continuávamos dentro do avião, algures na pista. O comandante, pelo altifalante, explicava que não tínhamos onde estacionar o avião. Parecia o bairro alto ao fim-de-semana. E eu, que gosto tanto de dificuldades de estacionamento que comprei um Smart, já bufava. Quando finalmente nos arranjaram um lugarzinho (e havia outros tantos vagos à volta, note-se), afinal eram os serviços que tinham sido enviados para o lugar errado e agora tínhamos que esperar mais "uns minutos".

Eram 00h30 quando finalmente pisámos o chão do aeroporto. Uma hora depois. Os mais atentos e entendidos dirão que o problema é dos serviços do aeroporto e não da TAP, o que não deixa de ser verdade. Mas também não deixa de ser verdade que o "outra vez arroz" acontece sempre com a TAP, coitadinha. E que havia pessoas a bordo a quem a TAP já tinha cancelado três voos no último dia. Que perderam o voo de ligação seguinte graças a isto. 
Quando entrámos, finalmente, no aeroporto, era também graças à TAP que havia mais de uma centena de pessoas a bufar. Uns aglomerados a ouvir dois colaboradores que não sabiam muito bem que informações transmitir e argumentavam entre si, enquanto três polícias observavam a situação. Muitos na fila para o balcão da TAP, uma fila demasiado prolongada para o avançado da hora e que nos deixa adivinhar que a situação não era simpática. E outros tantos deitados no chão, com o casaco ou a mala a fazer de almofada, à espera de algo.

Posso dizer-vos que, nos quatro anos que levamos a viajar juntos, nunca tivemos um voo da TAP que decorresse sem problemas. E viajamos muitas vezes ao ano, várias delas com a TAP. E com outras companhias aéreas, que nos servem de comparação. 
Algo grave está a acontecer, e custa-nos ver uma companhia com tanta história como a TAP a cair em desgraça, ouvir os portugueses a dizer "com a TAP nunca mais".

A verdade é que a TAP dá-nos mais do que motivos de descontentamento. Neste momento, prefiro uma low cost asiática manhosa a isto. E tenho dito.

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