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Dicas de Viagem: Puerto Princesa, Palawan, Filipinas



Se em algumas viagens (como Bali, por exemplo) a preparação é o que nos dá mais preocupações, neste caso o planeamento correu sem contratempos. 

Estaríamos quinze dias em Hong Kong e o cansaço acumulado dos últimos meses pedia-nos uns dias de descanso e sol. Pusemos vários destinos em hipótese: Tailândia, Indonésia, Cambodja & Vietname, etc. Acabámos por escolher este destino por ter ganho, por dois anos consecutivos, o prémio de Ilha Mais Bonita do Mundo e também porque nos garantia a calma e o descanso que procurávamos. Rapidamente encontrámos um voo a bom preço (cerca de 200,00€ a partir de Hong Kong), um hotel que nos atraiu (ficámos no Microtel by Wyndham Puerto Princesa, considerado o 3º melhor hotel da ilha) e várias indicações do que valia mesmo a pena visitar. Traçamos o percurso: estabeleceríamos a nossa base em Puerto Princesa, perto do aeroporto, e visitaríamos também El Nido.

Até aqui, tudo bem. Difícil foi chegar lá e realizar o que tínhamos planeado. Afinal não era nem fácil nem seguro alugar um carro. Afinal não nos aconselhavam a passearmos sozinhos. Afinal não valeria a pena ir uma noite a El Nido: para vermos as paisagens "picture perfect" teríamos que fazer um tour de barco e os horários dos tours e dos transfers são completamente incompatíveis. Resignámo-nos a ficar por Puerto Princesa, e mesmo assim (descontando o sentimento de frustração por não chegarmos a El Nido) valeu bem a pena.

Para o caso de terem ficado com vontade de visitar Palawan, aqui ficam as nossas dicas:

1 - Visto

Para entrar nas Filipinas com um passaporte português não é necessária a obtenção de visto, nem será necessário qualquer pagamento. 

2 - Dinheiro

A moeda em vigor é o peso filipino (PHP). Um euro vale cerca de 52 pesos ( à data de Novembro de 2016) e temos um enorme poder de compra. O custo de vida é bastante baixo e os sete dias que por lá estivemos custaram-nos cerca de 300,00€, no total, para ambos. Com estes 300,00€ almoçámos, lanchámos e jantámos (o pequeno almoço estava incluído no custo do hotel), experimentámos um dos restaurantes mais conhecidos da ilha, pagámos transportes, comprámos recordações e fizemos massagens, dia sim dia não. É fácil um casal almoçar por 8,00€ uma refeição completa num restaurante, e uma massagem de corpo inteiro durante uma hora custa menos de 10,00€. 
Em Portugal apenas encontrámos uma forma de trocar euros por PHP (numa casa de câmbio na Baixa de Lisboa) mas a taxa de câmbio era menos benéfica do que levantar dinheiro nas Filipinas, mesmo contando com as taxas bancárias (existe um limite de 10.000 PHP (cerca de 190€) que se podem levantar de cada vez. Nós tínhamos feito contas para 14.000 PHP e tivemos que fazer dois levantamentos, pagando sempre uma taxa extra de 400 PHP (cerca de 4€)). Em Puerto Princesa também é possível levantar dinheiro, mas os ATM são raros. No entanto, não tivemos qualquer dificuldade em efectuar pagamentos com cartão de crédito no hotel. No final, penso que a melhor opção teria sido pagar o máximo possível com o cartão no hotel e ter apenas algum dinheiro para despesas pontuais e algumas refeições fora do hotel.

3 - Segurança

É aqui que "a porca torce o rabo". Não achámos que fosse um país seguro: a escala em Manila, de ambas as vezes, foi tenebrosa e Puerto Princesa é aparentemente mais calmo mas o sentimento de insegurança perseguiu-nos. Sabíamos que íamos encontrar um ambiente um pouco hostil no que toca à criminalidade (Quem não viu as notícias do Presidente Filipino que considera que todos os criminosos devem ser mortos?) mas não estávamos à espera de encontrar um sentimento de insegurança sem causa aparente. Se revir todos os dias que estivemos em Puerto Princesa, não guardo na memória nenhuma situação explícita de insegurança: nenhum assalto, nenhuma tentativa, nem sequer um contacto mais estranho ou agressivo. Mas a segurança privada no hotel, os detectores de metais e a segurança a revistar todas as pessoas que entravam no centro comercial, o guarda com metralhadora na praia, etc. alimentaram uma sensação, em ambos, de que algo não estava bem.
Relativamente a Manila, para nós é de evitar. Mesmo a escala de regresso, sem sair do aeroporto, foi complicada.

4 - A língua

Foi para nós uma agradável surpresa constatar que todas as pessoas, mesmo as crianças, falavam facilmente em inglês connosco. A pronúncia é bastante diferente mesmo nas palavras mais simples, mas compreendemos e estabelecemos conversas sem a menor dificuldade.
Encontra-se, por todo o lado, bastantes sinais da colonização espanhola: nomes como Maria, Salazar e outros semelhantes aparecem por todo o lado. Mas a passagem do tempo tem um peso e já não encontramos ninguém que fale espanhol, nos dias de hoje. Ainda assim, se estivermos atentos, encontramos facilmente resquícios do espanhol no Tagalog, um dos idiomas do país.

5 - Deslocações

O nosso hotel garantiu-nos shuttle gratuito de/para o aeroporto e também para o centro da cidade, portanto com essa questão não tivemos que nos preocupar. Mas facilmente se apanha um táxi no aeroporto. 
No entanto, o método de deslocação mais comum na ilha é o triciclo (basicamente, uma estrutura com dois lugares montada em cima de uma mota), que anda por todo o lado. Recorremos a um triciclo quando quisemos ir ao Badjao Seafront Restaurant e, definindo à partida o preço com o motorista, não tivemos qualquer problema.

6 - Saúde

Não é necessária qualquer preparação prévia para a viagem, como vacinas ou medicação. No entanto, por ser um país com uma cultura e rede médica diferente da nossa, optámos por levar a habitual "farmácia" connosco: analgésicos, antihistamínicos, anti-inflamatórios e compridos para problemas gastrointestinais. 
A principal preocupação é mesmo a picada dos mosquitos, e portanto é sempre necessário usar repelente (escolham um com uma alta percentagem de DEET). Mesmo usando, não nos livrámos de algumas valentes picadas.

7 - Religião 

As Filipinas são dos poucos países cristãos da Ásia, por influência dos anos em que foram uma colónia espanhola. Em boa verdade, são apenas dois países cristãos em toda a Ásia: as Filipinas e Timor-Leste. Se isso se nota na cultura? Bastante, sem sombra de dúvida. Nós, que também moramos num país cristão, não encontramos grandes diferenças.

8 - Electricidade

As tomadas nas Filipinas são bastante diferentes das nossas e, portanto, é necessário levar adaptadores. O tipo de ficha é nalguns casos o modelo Europeu e noutros casos modelo Americano. Em termos de voltagem e dependendo da zona, pode ser de 110 ou 220V. Relativamente aos problemas de falha de electricidade, a não ser durante a noite, não tivemos problemas que nos afectassem.

9 - Rede Móvel

Pela primeira vez em viagem recorremos a cartões SIM locais. Optámos por adquirir, logo no aeroporto de Manila, um cartão SIM com um plano de dados móveis turístico, para sete dias. O custo foi mínimo (menos de 10,00€) e permitiu-nos estar constantemente contactáveis durante as férias. Conseguimos, inclusive, ligação LTE em vários pontos de Puerto Princesa. 
No entanto, a rede móvel é fraca na sua maioria e com alguma dificuldade de ligação.

Resumindo, as Filipinas são um destino natural fantástico, intacto (não é muito notório o efeito do turismo, como acontece noutros países) e super aconselhável. Por outro lado, a questão da segurança e das complicações com que nos deparámos leva-nos a não recomendar este destino a viajantes menos experientes e que não se sintam à vontade com o "desenrascanço" no estrangeiro. 
Para nos apaixonarmos completamente, faltou-nos o factor cultural. Faltou-nos sentir que estávamos a aprender alguma coisa sobre a cultura local. Confirmei a minha suspeita de que o que me fascina, mesmo, é o contacto com as diferentes culturas.
Tudo o que Puerto Princesa tem para nos oferecer é uma natureza linda, fantástica, arrebatadora, que infelizmente já não encontramos em muitos locais. E não é isso o suficiente?

Let's Run Away?

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