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Roteiro: Santa Clara (1 dia)


Partimos em direcção a Santa Clara logo pela manhã, vindos de Trinidad (roteiro aqui). A cidade de Santa Clara esteve sempre nos nossos planos de viagem, dada a sua importância histórica. As maiores marcas da Revolução Cubana estão aqui, e não nos fazia sentido querer conhecer o país sem conhecer uma parte tão importante da sua história. 

Saímos tão cedo da casa local em que ficámos alojados em Trinidad que nem tomámos pequeno-almoço. O caminho é, felizmente, curto e em menos de duas horas estávamos a chegar a um dos locais mais requisitados de Santa Clara: a Plaza de la Revolución. É aqui que se encontra o Conjunto Escultórico Comandante Ernesto Che Guevara, um monumento erguido pela comemoração do 30º aniversário da Batalha de Santa Clara. Foi graças a esta batalha que Fidel Castro declarou vitória total e tomou a liderança de Cuba. Neste complexo, encontramos o memorial, um museu e o túmulo do próprio Che Guevara, juntamente com os restos mortais de outros 38 camaradas. A entrada é gratuita mas não é possível levar connosco nenhum pertence pessoal (existem cacifos, junto ao edifício, onde podemos guardar tudo) e, por isso, não é possível tirar fotografias.
A quantidade de cubanos que se deslocam a este memorial, sozinhos ou em excursão, é imensa. Todos querem prestar homenagem ao seu Che, todos ficam em êxtase ao ver os seus pertences no museu.



Basílio tinha-nos prometido um bom pequeno-almoço, e por esta hora bem que precisávamos. Parámos nas movimentadas ruas de Santa Clara, junto ao centro, e entrámos num café/pizzaria/hamburgueria chamada La Casa del Sandwich. Comemos uma cesta enorme de torradas, bebemos dois deliciosos sumos naturais e pagámos um total de 1,28€. Realmente isto de comer fora em viagem é muito caro... :)



Depois, já mais bem energizados, percorremos as ruas de Santa Clara. Sair de Trinidad e chegar a Santa Clara é um choque. Se em Trinidad parecemos estar num conto de fadas, aqui temos a realidade à frente dos nossos olhos. As cores das casas estão esbatidas, as faixas publicitárias comidas pelo sol. Há muita gente na rua, que anda atarefada de um lado para o outro, alheia à presença de turistas. 




Atravessamos o Boulevard Independencia em direcção ao centro. Pelo caminho, além de vários cartazes de cariz político e faixas saudosas sobre Fidel, cruzamo-nos com lojas e supermercados frequentadas por locais. Ao contrário do que se esperaria, não há prateleiras vazias - embora nos pareça que a grande maioria não tem posses para comprar estes produtos - e muitas oficinas de arranjos. 




Entrámos também numa pequena feira de artesanato, esta já mais dedicada ao turismo. Apesar de todos os locais que visitámos terem feiras semelhantes, os produtos vendidos são completamente diferentes de zona para zona. É também perceptível a diferença de tipo de turistas/viajantes que as visitam, pela oferta de produtos.


No centro, encontramos o Parque Leoncio Vidal. É aqui o coração de Santa Clara, com toda a praça mantida ao estilo de 1925, com os mesmos candeeiros da altura. É também aqui que se encontram os principais edifícios, alguns abertos a visitantes. 



Um dos edifícios da praça é o Teatro de la Caridad. Erguido em 1885, além de teatro oferecia ainda uma barbearia, um salão de baile, uma sala de jogo, um café e um restaurante, com o intuito de angariar dinheiro para distribuir pelos pobres da cidade. Todo o edifício foi restaurado entre 2009 e 2010 e o teatro mantém-se em funcionamento, sendo possível visitá-lo por 1CUC por pessoa. Assistimos a um ensaio e a acústica é arrepiante! 




Em volta da praça encontramos ainda o Hotel Central, o Museu de Artes Decorativas com mobílias e pinturas que pertenciam a importantes famílias locais e o Palacio Provincial




É notório que estamos numa cidade mais desenvolvida, com mais movimento e agitação. As ruas estão cheias de pessoas e há muito comércio local. Não deixem de espreitar algumas lojas e de se deixarem surpreender pelo que lá encontram:

- Um "MacDonal"...



- Um sapateiro a fazer uns "nike"... 


E outros exemplos semelhantes. 
Antes de rumarmos ao próximo destino, mais a norte, não poderíamos deixar Santa Clara sem visitar outro marco da sua história: o Tren Blindado. Este museu-monumento foi criado pelo escultor José Delarra e retrata a ordem precisa dos acontecimentos, no dia em que Che Guevara fez descarrilar um comboio blindado que transportava mais de 400 soldados de Batista para Santa Clara. No dia anterior, Che já tinha derrotado as tropas de Batista, numa batalha que se diz que eram apenas 300 os soldados revolucionários, contra 3000 do ditador. Foi o descarrilamento que deu a vitória a Che Guevara e causou a rendição dos homens de Batista, e a importância histórica deste local, com os vagões originais e o buldozer utilizado para remover os carris, é inegável!





Santa Clara fica-nos na memória pelo seu rebuliço e peso histórico, pela sua importância naquela que é hoje a Cuba que conhecemos. Não se ouve música pelas ruas, nem há mulheres de charuto na boca. Mas há marcas inegáveis da história de Cuba, e fez todo o sentido incluí-la no nosso roteiro. 

No nosso trajecto, seguiam-se os Cayos, para uns dias de descanso na praia. Mas Basílio tinha uma maravilhosa surpresa para nós...

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