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Maiorca e trovoada também combinam, tá?


Lembram-se de vos termos dito, no início de Outubro, que íamos partir em busca do sol?
Pois temo que algum de vós tenha lido os nossos planos e nos tenha rogado uma bela praga, porque viajámos para Maiorca na semana de tempestade. Na semana anterior esteve óptimo, na semana em que lá estivemos choveu, trovejou e até houve um aviso laranja de mau tempo. No dia em que voltámos a casa já estava um sol magnífico novamente. Ora se isto não é digno de mau olhado, então não sei.

Não houve fotossíntese para ninguém, é certo, nem estas foram as férias de descanso que queríamos (e precisávamos). Na semana anterior replaneámos toda a viagem e fizemos um roteiro para explorar o que Maiorca tem de melhor: a sua natureza, as suas paisagens. Os dias de tempestade foram mais resguardados, pelo hotel, e os restantes foram bem aproveitados um pouco por toda a ilha.

Se valeu a pena? Valeu MUITO. Maiorca é uma ilha linda e foi uma agradável surpresa. O João já a conhecia, foi o destino da sua viagem de finalistas. Mas tinha explorado muito pouco além de Magaluf, Palma e as muito turistícas Cuevas. E por falar em viagem de finalistas, posso já dizer-vos que Maiorca está sobejamente mal avaliada pela fama de "destino de viagens de finalistas" e "praia e noitadas" que tem. Maiorca é muito, mas mesmo muito, mais do que isso.

A beleza da Serra Tramuntana foi, de tudo, o que mais nos surpreendeu. É bela, é selvagem, é imponente. Ninguém nos avisa que em Maiorca vamos encontrar penhascos com vistas espectaculares, e muito menos lagoas no meio da Serra e bandos com dezenas de águias a sobrevoar a nossa cabeça. As praias, como já se estava à espera, são lindas. A água atinge tonalidades de azul impensáveis, principalmente em dias cinzentos e chuvosos. Mais uma vez, e ao contrário do que seria de esperar, foi a costa Norte que nos surpreendeu com as praias limpas e o cheiro a pinheiros no ar. Gostava de vos conseguir transmitir, por palavras, a beleza que se capta quando o cheiro a maresia se mistura com o forte cheiro da resina dos pinheiros. 

Nem tudo são rosas. A gastronomia maiorquina não nos convenceu, de todo. O peixe que se come é realmente bom, mas a maior parte dos restaurantes (e dos pequenos-almoços de hotel) está demasiado virado para o turismo alemão que se vê por toda a ilha. E as nossas bocas, habituadas à gastronomia portuguesa, pedem mais do que isso.
Não tínhamos noção de haver tanto turismo alemão em Maiorca. É tanto que em muitos restaurantes a lista está em alemão, para terem uma noção. Nos restaurantes, fala-se alemão. Nas ruas, ouve-se alemão. Os letreiros estão em castelhano e... alemão. Só não achámos que estivéssemos na Alemanha à conta das belas praias que fomos vendo.

Também a forma exacerbada como o turismo está explorado em várias partes da ilha (principalmente na costa Este e Sul) não nos convenceu. Vimos autênticos empreendimentos fantasmas, vazios em época baixa, zonas degradadas, abandonadas e muito entulho nas bermas. Algumas das praias estão demasiado exploradas e rodeadas de prédios altos - ao estilo de Armação de Pêra, quebrando a beleza que as caracteriza. 

Gostamos sempre mais da natureza, do lado intocado dos destinos. E, por isso, foi a zona da serra e a Costa Norte (apesar de também muito explorada turisticamente, em Alcúdia) que nos convenceram. E nos fariam por lá continuar, no hotel Las Gaviotas que nos conquistou de fininho. Ou voltar. Havemos de voltar. Mas dessa vez, com sol, por favor.

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