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Viajar abre-nos os olhos.


A Momondo desafiou-nos a escrever sobre o que aprendemos e crescemos ao viajar. E isso fez-me desenterrar da "gaveta" um texto que escrevi, algures nas curvas e contra-curvas do Grande Atlas, em Marrocos. Partilho-o agora convosco:


"Somos pessoas. Temos defeitos, virtudes, manias. Mas viajar torna-nos melhores. Abre-nos os olhos e o coração, umas vezes em choque, outras calma e silenciosamente...


É Agosto e escrevo-vos directamente da Estrada Nacional que liga Ouarzazate a Marraquexe, cruzando o Grande Atlas. São quatro horas de viagem para cada lado, demasiado tempo para não fazer nada. E hoje pensei muito sobre isso de viajar.

Sempre viajei. Até há alguns anos atrás fui turista. Hoje, acho que já não sou. Cada vez mais sinto necessidade de fugir do mais óbvio, das tours organizadas, dos grupos de viagem que, como rebanhos, nos reencaminham a todos para o mesmo sítio. E cada vez mais agradeço ter encontrado alguém que pensa e vive viagens como eu.

Se pensar na nossa primeira viagem e em tudo o que mudou desde aí, sinto que estamos um passo à frente. Não mais do que isso, somos humildes e há muito por onde crescer. Mas estamos muito mais conscientes, mais abertos, mais alerta também.

Há sempre imagens que nos chocam. Uma vaca a comer uma garrafa de plástico em Cabo Verde, um gato a morrer nas ruas de Marraquexe, um elefante em sofrimento a carregar turistas na Tailândia. Viajar deixou-nos mais conscientes e, por isso, recusamo-nos a fazer turismo com qualquer actividade que envolva exploração animal. Em contrapartida, apoiamos Santuários de Elefantes, onde são resgatados e cuidados, vivendo em comunhão com a natureza.

Há sempre diferenças culturais. Há regras e costumes que nos desafiam a entendê-los, seja em que parte do mundo for. Cobrir os ombros num sítio sagrado, seja no Grande Palácio de Bangkok seja no Vaticano, é uma questão de respeito. E as culturas foram feitas para serem respeitadas.
Lembro-me de ler num templo em Bali que a entrada estava interdita a mulheres menstruadas. Brinquei com o Roby, o nosso guia, perguntando como controlavam. A resposta ficou na minha memória: não controlam, simplesmente as mulheres menstruadas não entram porque é assim que deve ser. Temos tanto para aprender com eles...

Há sempre algo que muda. No final da Nacional 2, com tanto jogo de "descobre" e "identifica" ao longo dos mais de setecentos quilómetros, chegámos à rotunda ao pé de casa e descobrimos uma escultura que, consta, já lá estava há anos. Conhecer uma nova cultura (ou um novo destino) ou mesmo revisitá-la deixa-nos mais alerta, mesmo para o que é comum no nosso dia-a-dia.

No fim, e com todo o cliché aqui presente, posso garantir-vos que viajar muda-nos, transforma-nos, torna-nos infinitamente mais ricos."



Não sei quanto a vocês, mas isto de falar de viagens deixa-nos sempre com vontade de conhecer mais... pesquisar viagens torna-se um vício, não torna?

#owtravelers
#admomondo

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