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All about Man(chester).


And on the sixth day, God created Man(chester).
A frase faz as honras da cidade: na famosa t-shirt que a viu nascer, em souvenirs e até nas paredes do Northern Quarter. E talvez tenha sido este bairro mais emergente o nosso ponto preferido de Manchester, com as lojas alternativas, a tendência de vendas em segunda mão, as montras com prints de artistas modernos e os cafés com look tropical ou modernista onde apetece ficar a ver as pessoas que passam na rua. Ou terá sido a majestosa biblioteca de John Rylands, com uma invejável colecção de livros antigos, fragmentos do Último Testamento e uma história curiosa?

A verdade é que Manchester não é uma cidade chamativa: não há Big Ben, não há uma Torre Eiffel, não há uma muralha da China. Talvez por isso, mantém-se genuína. Talvez por isso não consigamos dizer o que mais gostámos na cidade, mas não tenhamos dúvidas ao assumir que gostámos dela.
Manchester não é, de todo, uma cidade virada para o turismo. Há, claro, um turista aqui e ali - rara a cidade europeia em que não os vamos encontrar, dada a massificação do turismo com que lidamos hoje em dia. E turismo não é, necessariamente, algo mau. Mas soube-nos bem encontrar um destino em que este não seja o principal foco. 
Imaginávamos uma cidade tradicional inglesa, com os seus rudes edifícios de tijolo, as marcas da revolução industrial, uma zona antiga com fachadas trabalhadas, zonas mais modernas aqui e ali. Sabíamos que os ingleses não são dados a grandes conversas e não têm fama de ser dos povos mais hospitaleiros e acolhedores do mundo. Pensámos num custo de vida semelhante ao de Londres, claro. E, de tudo, só fomos surpreendidos num custo de vida bem simpático para as nossas carteiras... De resto, Manchester foi aquilo que já achávamos dela.

Dois dias foram suficientes para percorrer com calma as ruas da cidade, para parar para apreciar, para fugirmos da chuva sempre que ela apareceu. Descobrimos uns saldos excelentes e desgraçámos um pouco as carteiras (com aquilo que achámos que íamos gastar em refeições e não gastámos), mas percebemos também onde é que andava toda a gente que deixara as ruas desertas...

Manchester é uma cidade intimamente ligada ao futebol (e foi daí que nasceu a vontade do João de a visitar) e não poderíamos deixar de visitar também o Museu Nacional do Futebol. Este foi o único ponto turístico da cidade onde pagámos bilhete para entrar, mas até aí são barateiros: é válido por um ano se quisermos voltar. Visitámos também os estádios do Manchester City (Olá Bernardo Silva!) e do Manchester United (onde encontrámos, claro, uma excursão de chineses...).

E assim passámos dois dias a descobrir uma cidade que não costuma andar nas bocas do mundo, pelo menos no que toca a destinos turísticos. Aliás, quando comentávamos que vinhamos de Portugal, perguntavam-nos sempre o que lá andávamos a fazer, se em Portugal até no Inverno há sol! Descobrimos também o sotaque inglês mais difícil de perceber dos últimos tempos (até na Tailândia nos safámos melhor!) e que apesar das gentes de Manchester não serem hospitaleiras no termo carinhoso a que estamos habituados, são cordiais e preocupadas em que nos sintamos bem e esclarecidos na sua cidade. Aposto que há um adjectivo para isso.

Guardamos Manchester como uma boa recordação de uma escapadela de fim-de-semana. E não fosse o pesadelo do aeroporto (havemos de vos contar detalhadamente, depois do que já publicámos no instagram), era uma memória perfeita.

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