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Que bonito é o Crato.


Sabem que, quando regressamos de uma viagem, gosto de vos escrever um pequeno texto, a quente, com a nossa opinião.

É isso mesmo, um texto a quente, sem pensar muito em conteúdo, a escrever o que me vai na alma. Não é bom para o SEO - falta-lhe aquele título "5 coisas que não podes perder no...", ou as keywords "onde dormir em..." - mas, muito sinceramente, que se lixe o SEO. Bom, mais ou menos. Mas estou/estamos/(estão vocês também?) a atingir o limite no que toca a textos "chapa cinco" sobre viagens que não nos mostram mais do que uma lista. E, todos sabemos, as viagens e os destinos são muito mais do que uma lista enumerada de coisas para visitar.

Por isso, faço questão de mandar o SEO passear (literalmente) e de vos escrever, sem objetivos nem revisões, sobre sentimentos. Tudo isto para vos dizer que vou aproveitar que passámos o fim-de-semana no Crato para vos contar como é lindo.


"É lindo? Ok. E depois?" 

E depois, é diferente de todo o Alentejo. E a experiência foi muito diferenciada também.

Claro que tem planície, tem migas (e esta é uma parte muito importante), tem aquela calma alentejana que faz com que os dias durem mais e o stress fique longe. Mas se imaginam ruas de casas baixas, com cadeirinhas à porta, esqueçam. O Crato tem solares, palacetes, fábricas. Algumas abandonadas, outras em decadência, mas até isso lhe dá encanto e fez-nos pensar "e se morassemos ali?". O amarelo prevalece (há sempre uma cor, não é?) e apaixona, contrasta, aquece. Mais do que o calor alentejano possa imaginar.

Depois, há Flor da Rosa. O Mosteiro, enorme, alto, imponente, "plantado" ali no meio da planície, como se tivesse acabado de aterrar vindo não sei de onde. E como se, ao mesmo tempo, ali fosse o seu lugar desde sempre. É bonito por dentro e por fora, se é. Mas ainda tivemos a sorte de lá dormir...


Quanto vos digo que a experiência foi diferenciada, é um bocadinho a sorte de blogger a falar. 

Já sabíamos que Flor da Rosa era um importante destino de olaria em tempos já idos e que hoje, infelizmente, apenas existe um oleiro para contar a história. Lemos até uma reportagem que nos contava que Rui Heliodoro é, aos 50 e poucos anos, o último oleiro. 

Não sonhávamos que, na véspera da viagem, alguém nos ia convidar a conhecê-lo. A TOOBRA - Touristic Offers Over the Beautiful and Rich Alto Alentejo, que organiza atividades turísticas no Alto Alentejo, entrou em contacto connosco e fez o convite. No domingo de manhã estivemos na Escola de Olaria - Barros Flor da Rosa, metemos as mãos na massa e diz que em breve temos dois copos e dois pratos novos.

É triste pensar que todo aquele conhecimento - não me esqueci ainda da quantidade de vezes que ouvi "tem de aplicar a força certa" - se pode perder ali, se ninguém seguir as pisadas do Sr. Rui. Que sabe qual é a força certa, como preparar o barro, como misturar os vários tipos de barro e tantas outras coisas. E pensar que, tal como esta tradição, muitas outras se estão a perder por este país a fora. 

Bom, eu não fui capaz de encontrar a "força certa" e, não fosse a ajuda do Sr. Rui, não havia peças de barro para contar a história. Já o João descobriu um jeito inato e, em menos de nada, estava a fazer todo o processo sozinho. Quem sabe não será ele o discípulo, ou alguém que, como ele, se venha a surpreender com o jeito que tem.


Aquilo que sabemos é que voltámos a casa, mas com muita vontade de regressar ao Crato.

Let's Run Away?

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