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Nice was very nice.


No início de Novembro voámos para Nice, para aquilo que começou como um percurso Nice - Mónaco, rapidamente evoluiu para um Nice - Mónaco - Sanremo e acabou por ser um Nice - Mónaco - Dolceacqua, porque no meio das pesquisas descobrimos a aldeia italiana mais catita de sempre.


Para vos situar, era Setembro quando percebemos que Novembro teria um fim-de-semana prolongado. Não parece nosso, sabemos, mas isso é um aparte. A ideia principal era visitar os Açores ou a Madeira, mas os preços já estavam obscenos. Até que o João soltou um "Bom, se pomos em hipótese voar para as ilhas portuguesas, porque não pomos em hipótese outro destino na Europa?". Ele tinha razão. Estávamos desabituados de pensar além fronteiras, depois de um ano e meio a apoiar o turismo português, travados por uma pandemia.

Procurámos, como nos é habitual, voos a bom preço. Nice estava a bom preço e nunca lá tínhamos ido. Pensámos, no máximo, duas vezes. E já estávamos a comprar os bilhetes e com o Google Maps aberto para definir o roteiro. Fizemos, como devem calcular, um seguro de viagem com a IATI, com cobertura COVID e suplemento para cancelamento. Não fosse a pandemia tecê-las e não pudessemos ir, não queríamos perder o dinheiro das reservas.

E partimos, assim, para um fim-de-semana de três dias bem recheados que podia ter corrido melhor, mas foi muito bom.


Depois de quase perdermos o avião de ida, aterrámos numa Nice cheia de chuva e seguimos, directos, para o nosso primeiro destino: o Mónaco. Avisamos já que a exorbitância da viagem foi almoçar por lá: os restaurantes não são nada baratos, o custo de vida é para lá de alto. Mas que o Mónaco é lindo, lá isso é. Os edifícios são bonitos, o casino é imponente, a marginal tem uma vista muito luminosa. O facto de estar numa encosta faz parecer que tudo está numa montra, em exposição, e torna o entardecer num espectáculo de luzes impressionante. Mesmo a zona alta, onde está o Palácio Real, é ao mesmo tempo pitoresca e imponente, bem cuidada, apetecível.

Não é um destino fácil de se visitar com chuva nem com carrinhos de bebé - saiu-nos do pêlo, acreditem, a quantidade de vezes que tivemos de carregar com o carrinho escadas abaixo - e, por isso, precisámos de mais tempo do que prevíamos para o explorar. Mas gostámos. Muito!


O segundo dia começou com uma aldeia digna de histórias de encantar ou, para sermos mais exactos, quadros de pintores famosos. Falamos de Dolceacqua, uma pequena aldeia nas montanhas italianas que se mantém exactamente igual ao que foi pintado por Monet, em 1884. Uma ponte intacta, um castelo em ruínas, ruas apertadas e cobertas por varandins, pequenas pontes e escadarias. Pelo meio, a simpatia italiana, muitos artistas e artesãos com pequenas lojas e centenas de fotografias disparadas. A chuva não nos tinha largado, ainda, mas nem a sentimos. Dolceacqua é um autêntico sonho. Pouco conhecida, nem nós mesmo temos a certeza de como a descobrimos.

Demos ainda um saltinho a Apricale, muito fotogénica, mas com um encanto mais comedido.


No terceiro dia decidimos explorar Nice. Ou planeámos, porque o tempo não ajudou. Chovia torrencialmente, as ruas estavam cheias de água e tudo estava fechado, por ser feriado. Nada ajudava. Acabámos enfiados num centro comercial para deixar o miúdo, cansado do carro, esticar as pernas. Era hora de almoço e o único restaurante aberto era o McDonald's. Ah, que bela maneira de terminar a viagem...

A verdade é que quando saímos do McDonald's, ainda a tentar-nos convencer enquanto pais que fast food é melhor do que fome, não havia chuva. O céu estava limpo, as ruas a secar. O sol brilhava e Nice estava linda, com os seus reflexos, as suas cores. E, como somos de extremos, seguimos até à praia. Terminámos o fim-de-semana a brincar com as pedras na praia de Nice, a passear na marginal, a saltar na bonita Place Masséna. Não, não vimos quase nada da cidade. Mas gostámos dela.


Viajar é, quase sempre, isto. Lidar com os contratempos, descobrir o raio de sol no dia que se prometia estragado. E, se for com cores bonitas como as destes três destinos, melhor ainda. 

Let's Run Away?


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