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Querida TAP, o nosso namoro termina aqui.


Gostava de dizer que o problema não é da TAP, mas meu. Estaria a mentir.

A nossa relação começou há muitos anos atrás. Sempre me senti "ligada" à TAP. Foi com a TAP que fiz o meu primeiro voo de avião e lembro-me perfeitamente do gelado que comi, passados todos estes anos. Foi a TAP que me levou a alguns dos destinos que mais gostei de visitar.
Mas, ultimamente, a relação perdeu o doce. Mudou. Foi ganhando um gosto azedo. Confesso que, tal como um casal acostumado caído na rotina, fomos dando uma e outra oportunidade. Ao fim de quatro anos, com apenas um voo a correr bem, esta semana a relação chegou a um ponto final.

Desde Junho que o mood deste namoro não era o mesmo - falei-vos disso aqui e fomos duramente criticados pela forma como falámos da TAP. Na altura, já tínhamos mais um voo comprado, com destino a Marrocos. Voaríamos de Lisboa para Marraquexe e, no regresso, de Fez para Lisboa. Preferimos a TAP por voar directamente entre as duas cidades e Lisboa. Dois meses depois, garanto-vos que enquanto me lembrar do dia 19 de Agosto, não volto a voar com a TAP.

Porquê? Porque a TAP cancelou o nosso voo Fez - Lisboa. E vocês vão-me dizer "todas as companhias cancelam voos". Certo. Não é o princípio mais correcto, mas acontece. E não me vou alongar nos detalhes, não vale a pena. Vou-vos só dizer que só soubemos que o voo foi cancelado porque fomos ao site do aeroporto de Lisboa. Que fomos nós que informámos o aeroporto de Fez que o voo tinha sido cancelado. Que durante todo o processo de resolução da situação, recebemos ZERO comunicações da TAP. ZERO. Vouchers de refeição? Nem vê-los. [A equipa da SWISSPORT assegurou-nos o acompanhamento no aeroporto de Fez, tratando de nos arranjar hotel e transporte]
Posso também dizer-vos que, horas mais tarde, percebemos que a TAP nos tinha atribuído um novo voo de regresso. Em vez do voo directo Fez - Lisboa que tínhamos comprado, fizemos Fez - Casablanca e Casablanca - Paris com a Royal Air Maroc e Paris - Lisboa com a TAP (num avião da Aigle Azur), o que implicou fazer 10 horas de viagem (o voo Fez - Casablanca partiu às 06h00 e aterrámos em Lisboa já passava das 16h00). Com duas crianças, que acordaram às 2h30 da manhã para estar a tempo no transfer para o aeroporto. E posso dizer-vos que houve, nessa mesma tarde, um voo directo Fez - Lisboa da TAP (que por sinal em vez de um ATR levou um A319 com maior capacidade, para poder trazer mais passageiros - passageiros esses que já tinham sido recambiados para Lisboa numa viagem com duas escalas).

Percebem agora? Para nós, chega.
Nunca, em nenhuma outra companhia aérea, tivemos problemas semelhantes aos que temos, recorrentemente, com a TAP. [e antes que digam que é porque "só voamos com a TAP", ou que é porque "não voamos tanto com a TAP", como nos disseram anteriormente, deixamos no final deste texto um gráfico exemplificativo]
Até a colaboradora da TAP que atendeu a nossa reclamação, no Balcão de Apoio do Aeroporto de Lisboa, ficou parva com a situação. Como é que era possível a TAP nos ter enviado num voo com duas escalas, para uma viagem de menos de duas horas? Como era possível que não tivesse entrado em contacto connosco, de forma nenhuma?

Fizemos, como devem calcular, uma reclamação. E pedimos a indemnização que nos é devida. A TAP informou-nos que o prazo de resposta está em cerca de um mês, mas há quem nos tenha garantido que ultrapassa já os dois meses. Parece-nos que, infelizmente, esta história não acaba aqui... 



Gráfico dos mais de 70 voos que fizemos desde 2014:


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