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Roteiro - Rota Romântica da Baviera, Alemanha


A Rota Romântica da Baviera era-nos totalmente desconhecida, até pouco tempo antes da viagem acontecer. Comprámos voos para Frankfurt a um óptimo preço (20,00€ ida e volta) e o nosso objectivo era conhecer a cidade, quem sabe seguir até Rothenburg ob der Tauber e talvez conhecer Munique. Mas quando começámos a pesquisar, mudámos completamente de ideias. Surgiu-nos, por sugestão de alguns seguidores no Instagram e ao pesquisarmos sobre Rothenburg ob der Tauber, um roteiro pelas mais bonitas cidades medievais da Alemanha: a Romantische Strasse. 


Mudámos os planos e não tivemos dúvidas: era mesmo isto que queríamos fazer. Não somos os maiores fãs dos grandes centros urbanos e as paisagens dos Alpes que caracterizam o fim da Rota Romântica fizeram o nosso coração suspirar. Foi um tiro certeiro!

Para quem não sabe, a Rota Romântica da Baviera é um traçado criado com propósitos turísticos, de forma a unir aquelas que são consideradas como as mais bonitas cidades medievais do país. Vai de Würzburg até Füssen e pelo meio passa por inúmeras localidades com nomes completamente impronunciáveis para quem não estiver à vontade com a língua alemã. Todas elas têm uma coisa em comum: a arquitectura, os tons pastéis, a calma e, na maior parte delas, a ausência de turismo. Sim, porque apesar de ser uma rota turística, a maioria das cidades é pequena e, pelo menos no mês de Fevereiro quando as conhecemos, estavam bastante vazias. Podem encontrar toda a informação sobre esta rota no seu site oficial (aqui), que está disponível em português. Aconselhamos a que imprimam o mapa oficial da Rota, por uma questão de planeamento. Depois, é só seguir as placas e não tem nada que enganar...


Dia 1


Alugámos um carro no aeroporto de Frankfurt e fizemo-nos imediatamente à estrada para o primeiro ponto do roteiro: Würzburg. É uma das maiores cidades que visitámos e uma das poucas que nos faria querer voltar. Sentimos que as horas que lhe dedicámos não foram suficientes e a vida que tem, com o pôr-do-sol nas margens do rio, deixou-nos encantados. É obrigatório visitar o palácio Würzburger Residenz e os seus jardins, o centro da cidade, a MarienKapelle e a ponte Alte Mainbrücke.








Gostámos tanto do ambiente de Würzburg que acabámos por nos atrasar e já era tarde quando parámos para jantar em Wertheim, em pleno dia dos namorados. Cruzámos TauberbischofsheimLauda-Königshofen (com o antigo mosteiro iluminado na noite), Bad MergentheimWeikersheim Röttingen (a cidade dos vinte e cinco relógios solares!) já de noite, antes de chegarmos a Creglingen, onde a cama esperava por nós.

Ficámos alojados no expectacular Tauber Lodge, em Creglingen, onde os 9,7 valores de nota no booking.com não fazem juz ao que encontramos: é ainda melhor. E não fosse estarmos muito curiosos com o resto do percurso e frustrados por não termos conseguido aproveitar o primeiro dia como queríamos, teríamos ficado por lá, a aquecer os pés à lareira e a conversar com o simpático dono.



Dia 2



O segundo dia começou em Creglingen, uma cidade com algumas atrações bastante inusitadas... Começámos pela Herrgottskirche, Church of Our Lord, famosa pelo seu altar em madeira talhada. Infelizmente, batemos com o nariz na porta. O turismo não é comum por estes lados nos meses de Inverno e o horário de visita era bastante reduzido.


Uma das maiores atracções da cidade é muito incomum: uma casa construída em cima das ruínas da antiga fortificação ali existente. É tão incomum que até fazem visitas guiadas à casa, para turista ver. Se quiséssemos continuar por ali, podíamos ainda ver o Museu dos Dedais, com uma colecção de mais de quatro mil exemplares...


A segunda paragem do dia é sobejamente conhecida e foi graças a ela que nos enfeitiçámos pela Rota Romântica da Baviera. Chama-se Rothenburg ob der Tauber e é conhecida pelas suas casas em tons pastel e por um cruzamento mundialmente famoso que é dos locais mais fotografados da Alemanha: Plönlein.


Há muito que queria conhecer esta cidade e não podia ter ficado mais rendida. Em boa verdade, demorámos mais de meia hora a percorrer a primeira rua em que entrámos, tal encantados estavamos com a sua fotogenia. Começámos o percurso pelas muralhas de Rothenburg, a que é possível subir para uma perspectiva mais elevada da cidade. Percorremos as ruas do centro, passando pela Marktplatz, Markusturm, St. Jakobs Kirche, Rathaus, Rathausturm e vageando pelas ruas mais estreitas mas muito apetecíveis.



Terminámos o passeio, claro, na famosa Plönlein. A hora não foi a melhor para a visitar: o sol do meio dia encadeou-nos a vista, mas reconhecemos rapidamente a imagem mais divulgada da cidade.



Seguindo na Rota, atravessámos Schillingfürst, famosa pelos seus bombons!


Não parámos para provar os chocolates, mas parámos em Feuchtwangen, onde encontrámos salsichas alemãs no único restaurante aberto àquelas horas. Facilmente nos esquecemos de que os alemães têm "a mania" de almoçar e jantar bem mais cedo do que nós e, fora dos grandes centros, não há muita variedade de escolha. Mas ficámos bem servidos com as salsichas, é o que importa!


A tarde começou em Dinkelsbühl, uma das cidades que mais nos surpreendeu e conquistou. É "pequena" mas tão colorida e aprumada que parecia tirada de um cenário de filme.



Além de percorrer as ruas coloridas da cidade, entrámos no Münster St. Georg. A cidade tem várias igrejas e é famosa pelo seu entardecer e pelas luzes que a iluminam à noite. Parece-nos uma óptima desculpa para lá voltar!



O próximo ponto tem uma história curiosa: foi construída numa cratera de um meteorito. Chama-se Nordlingen e reza a história que nos deu um lanche delicioso - se parecer que estivemos sempre a comer, é só impressão vossa! As fortificações da cidade estão praticamente intactas e dizem que as vistas da varanda da Igreja de St. Georg valem muito a pena. 




Seguimos para Harburg, onde parámos junto à Steinerne Brücke a observar o rio e a vista para a colina, com o enorme forte na encosta. 


O dia terminou com o pôr-do-sol noutra cidade bem fofinha: Donauworth. As ruas estavam agitadas e as luzes começavam a acender-se. Mas mais uma vez o que marca a memória é a cor das fachadas, imaculadas, como se tivessem sido acabadas de pintar. 


Ficámos alojados em Augsburg, no Quality Hotel Augsburg. Como fica situado numa zona industrial, acabámos por jantar no restaurante do hotel e aproveitámos para descansar mais cedo.



Dia 3


Começámos o terceiro dia a explorar um pouco de Augsburg. É uma cidade grande e, com o tempo que tínhamos disponível, era impossível explorá-la detalhadamente. Por isso, aproveitámos para percorrer algumas ruas do centro e visitar a Catedral de Augsburg, que tem os vitrais mais antigos da Alemanha.



Fizemo-nos depois à estrada até Friedberg, onde encontrámos as primeiras placas da Rota Romântica fora das zonas de cidade. Claro que aproveitámos para encostar o carro e tirar umas fotos. Ao longo do caminho, fomos também encontrando algumas placas com legenda também em japonês e, quando chegámos ao final da rota, percebemos porquê... tal era a quantidade de autocarros carregadinhos de japoneses!


Landsberg am Lech, nas margens do rio Lech, chega-nos com as memórias de Rapunzel. Ou não fosse a Muttertum tão semelhante à sua torre! Vale a pena parar na zona da represa, para ver o rio a descer em cascata e depois, conhecer o centro da cidade. A um sábado de manhã, estava cheia de vida e de pessoas.



Foi aqui, perto da praça principal de Landsberg am Lech, que acabámos por almoçar. Encontrámos um simpático restaurante italiano (acabamos sempre num italiano, seja qual for o país a que vamos...) onde o dono até dizia umas palavras de português.



Hohenfurch e Schongau apareceram-nos pelo caminho mas a primeira paragem da tarde foi a praça principal de Peiting, depois de passarmos na Pfarrkirche St. Michael, uma igreja que data de 1055. Peiting revelou-se mais pacata e silenciosa, menos povoada do que as cidades que tinhamos percorrido neste dia.


A partir daqui, tudo mudou drasticamente. Não houve, até chegarmos a Füssen, nenhuma grande cidade. E, muito sinceramente, as cidades deixaram de ser o nosso foco. Estávamos abismados com a beleza da paisagem, coberta de branco. Estava anunciado um grande nevão para as datas da nossa viagem, que nos fez ponderar se não deveríamos mudar de planos e tudo. Felizmente, o nevão aconteceu nos dias anteriores a chegarmos à Alemanha e isso deu-nos uma das maiores surpresas da viagem: descobrir o caminho até aos Alpes coberto de um manto branco lindíssimo.



Rottenbuch estava lindíssima mas foi em Wildsteig que não resistimos a sair do carro e sentir a neve. Traiçoeira, ainda nos enterrámos na neve até aos joelhos (ingénuos!) mas mesmo assim houve calor para arregaçar as mangas e tudo!



Em Steingaden, visitámos a Wallfahrtskirche "Zum gegeißelten Heiland auf der Wies“ (nome impronunciável, sabemos...), património UNESCO desde 1984.


Fizemos depois um dos desvios recomendados da rota para conhecer Wieskirche, um local de peregrinação muito importante na zona. A Igreja é principalmente conhecida pelo seu estilo rococó mas não conseguimos visitar o interior, pois estava fechada (provavelmente por causa da neve).



No regresso à Rota Romântica, o GPS mandou-nos por um caminho "mais rápido" do que fazer a mesma estrada no sentido inverso e demos por nós rodeados de neve e floresta, sem rede nos telemóveis. A paisagem era lindíssima, o susto de ali ficarmos incontactáveis não nos deixou apreciar como deve de ser - principalmente para a grávida, que só pensava que teria fome.


Depois de Halblech, chegámos a Schwangau e a um dos pontos turísticos mais famosos da Rota Romântica e também de toda a Alemanha: o Schloss Neuschwanstein. Já tínhamos passado pela torre da Rapunzel, agora chegávamos ao Castelo da Bela Adormecida - de certeza que Walt Disney andou por aqui... 



As estradas de acesso estavam cortadas, por isso só podemos aproveitar a vista cá de baixo. Ainda assim, a imponência e localização do castelo não passam despercebidas. Se tiverem mais sorte do que nós com o tempo, não deixem de subir até ao Castelo e de percorrer a Marienbrücke.



Terminámos o dia em Füssen, no hotel Bad Faulenbach. Não ficámos excepcionalmente fãs desta zona, típica estância turística de neve, mas as paisagens envolventes são magníficas. Jantámos no Mac Donalds (imposição orçamental!) e seguimos para o quarto, onde um rádio com interverências não nos deixou dormir sossegados. Não faz mal, a paisagem do dia seguinte também serviu para retemperar energias...


Dia 4


Estávamos muito entusiasmados com as paisagens dos lagos, com as montanhas dos Alpes no fundo. Mas na nossa cabeça, ingenuamente, haveria lagos. Bom, os lagos estavam tão brancos como a restante paisagem e gelados o suficiente para podermos caminhar por cima deles.
Percorremos os lagos Forggensee e Hopfensee e ficamos apaixonados pelo branco da paisagem, pelos reflexos do sol e pela neblina baixa. Tão apaixonados que lhes dedicámos toda a nossa manhã do quarto dia de viagem... Esta é, sem dúvida, uma zona a que queremos voltar!




Terminámos, aqui em Füssen, a Rota Romântica da Baviera, no meio de paisagens lindas cobertas de neve. Apesar de ser uma rota criada com propósitos turísticos, muito comum para os turistas brasileiros, chineses e japoneses, não achámos que fosse uma rota muito turística e, em muitos pontos, encontrámos cidades desertas. Talvez isso tenha sido porque viajámos no inverno (era Fevereiro), talvez tenha sido porque o turismo se centra nas principais cidades e acaba por ignorar as mais pequenas. Em alguns pontos, foi até difícil comunicar, porque mesmo em restaurantes as pessoas pouco mais falam do que alemão (que, apesar de dizermos umas palavras, não é a nossa "praia").
Foi, disso não temos dúvidas, uma agradável descoberta. E para quem até há uns anos dizia que a Alemanha não chamava por nós, fomos mais uma vez arrebatados pela sua beleza. As casas em tons pastel e as treliças são as imagens que mais vão marcar esta viagem. E os lagos, as maravilhosas paisagens que rodeiam os lagos com que fomos brindados no final...

No caminho para Frankfurt, para apanhar o avião de represso a casa, aproveitámos ainda para conhecer Estugarda (uma paragem muito rápida, depois de ficarmos parados no trânsito durante mais de uma hora...) e Heidelberg, que também estava nos nossos planos (mais nos meus, confesso) há algum tempo. E se vos dissermos que com esta viagem toda gastámos pouco mais do que 200,00€?


Let's Run Away?


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