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Roteiro - Estrada Nacional 222



A Estrada Nacional 222 já foi considerada uma das estradas mais bonitas do mundo, a estrada mais romântica de Portugal e também uma das melhores estradas para conduzir - numa complexa equação que conjuga rectas, curvas e proporções. O mérito vai principalmente para o troço entre a Régua e o Pinhão mas podemos assegurar, já, que é bastante redutor. A paisagem é rica ao longo de todo o percurso e dos muitos quilómetros que ligam Vila Nova de Gaia a Almendra, em Vila Novas de Foz Côa. Fizemos o percurso ao longo de dois dias, com paragens e desvios, e vamos contar tudo.

Logo após entrarmos na estrada, passados uns quilómetros, demos por nós a fazer o primeiro desvio (não planeado). Avintes, que a estrada cruza, é terra de broa e quisemos trazer uma connosco. Dizem que a melhor e mais antiga, com mais de duzentos anos de história, é a da Padaria Arminda & Neto e podemos garantir que era muito, muito boa. 

Seguimos viagem e, alguns quilómetros depois, avistámos uma placa com a palavra "miradouro". Miradouro promete sempre, especialmente quando é para, literalmente, mirar o Douro. A vista do Miradouro da Lomba foi a primeira que vimos no dia e gostámos, bastante.

Mais uns quilómetros, mais um desvio. Seguimos até ao Miradouro de Catapeixe, em Castelo de Paiva. Neste miradouro é possível ver o Rio Paiva a desaguar no Rio Douro e, no meio, a Ilha do Castelo (ou Ilha dos Amores).


Pode parecer que ainda íamos no início mas por esta altura já estávamos cheios de fome. Parámos no "Geraldo", em Castelo de Paiva, para um almoço bem servido. 

Seguindo viagem até Cinfães, vale a pena o desvio até ao Miradouro de Teixeirô. É considerado um dos miradouros mais impressionantes da Rota do Românico. A vista permite-nos alcançar o Rio Bestança e o Rio Douro, com vista privilegiada para a famosa Ponte de Pala, na outra margem do Douro.


Aqui, resolvemos fugir ainda mais à Estrada Nacional 222 e atravessar o Douro, para a mirar da outra margem. Seguimos até Portomanso e, depois, até ao Cais da Pala. Nesta zona, o leito do Douro estende-se por uma área maior e a vista é incrível. 


Voltando à EN222, seguimos até à Régua. Como já tínhamos visitado Peso da Régua quando fizemos a Estrada Nacional 2 (link) e andávamos a fugir aos rebuçados, seguimos novamente para outro desvio. Desta vez, um dos mais esperados de todo o percurso: o Miradouro de São Leonardo da Galafura (e não Galarufa, como teimo em dizer sempre!). É certo que nesta roadtrip fizemos imensos desvios, mas quisemos aproveitar toda a beleza cénica da região e nem sempre a estrada acompanha o trajecto do rio. Para São Leonardo da Galafura o desvio é de quase meia hora em cada sentido, mas a vista do Miradouro permite ver não só o Rio Douro como também o início do trajecto mais aclamado da EN222, logo a seguir à Régua. Foi o desvio mais valioso que fizemos em todo o percurso!

O Miradouro de São Leonardo da Galafura contempla "um excesso de natureza". As palavras não são nossas, são de Miguel Torga, um apreciador deste miradouro. E nós, humildemente, não encontramos uma melhor forma para descrever aquilo que vemos.



A luz do final da tarde cai muito bem nas paisagens do Alto Douro Vinhateiro e São Leonardo da Galafura tem vista privilegiada, por isso foi muito difícil dizer "Adeus!". Valeu-nos o facto de ainda termos, pela frente para esse dia, o trajecto mais aclamado da EN222, entre a Régua e o Pinhão.
 
A paragem seguinte foi em Folgosa, mais propriamente no parque de estacionamento do DOC, o restaurante do Chef Rui Paula. Não é propriamente um miradouro no sentido mais literal da palavra, mas uma estrutura de madeira contorna o estacionamento e deixa-nos aproveitar a vista que, quem desfruta de uma refeição no restaurante, pode apreciar. Acabámos por aqui voltar para jantar e, apesar de não ser uma refeição aos preços que habitualmente procuramos (pagámos cerca de 40€/pessoa, sem vinho), foi uma óptima escolha.


Mais uns quilómetros, mais uma paragem. Neste trajecto, a estrada segue sempre paralela ao rio e as bermas largas convidam a várias paragens. A paisagem convence. Desta vez, parámos em Valença do Douro para apreciarmos mais um bocadinho deste Douro tão bonito.



Apesar das paragens, num instante estávamos no Pinhão. A tarde chegava ao fim e tivemos direito a um pôr-do-sol em tons rosa, sem filtros. O Pinhão dizia-nos "Sejam bem-vindos" em todo o seu esplendor!


Jantámos, como já referi, no DOC Douro, do Chef Rui Paula e dormimos na Casa Casal de Loivos, com uma vista magnífica. A varanda do quarto onde ficámos era um dos postais mais bonitos que já vimos desta região. E a piscina, ladeada por vinhas, é o miradouro mais convidativo da região. A foto não mente!


Aproveitámos a localização do hotel e conhecemos, logo pela manhã, a vista do Miradouro do Casal de Loivos. Aqui, a paisagem é muito parecida com a que víamos do hotel (foto acima) mas como se situa mais à esquerda da curva do rio, os declives encobrem um pouco do curso. Nós avisámos que a vista do hotel era melhor!


Depois, descemos até ao Pinhão. A Estação do Pinhão, mantendo a traça antiga e os seus azulejos em tons de azul, amarelo e branco, era o ponto que mais queríamos visitar e não desiludiu. Por ser cedo, ainda estava fechada e pudemos aproveitar para passear à vontade pelo exterior e fotografar.


Antes de seguir viagem, e apesar de já nos termos abastecido de vinho no Pinhão, parámos na Quinta das Carvalhas. Situada mesmo na margem do Rio Douro, as vistas são incríveis e fazem valer muito a pena esta paragem.
Depois, juntámo-nos novamente à Estrada Nacional 222, com o objectivo de a percorrer até aos quilómetros finais. Ao chegar a Ervedosa do Douro há uma diferença clara na paisagem. Há vinha, sim, mas com tons mais secos aqui e ali. Os socalcos continuam muito fotogénicos e lá parámos, na berma da estrada, para mais algumas fotos.


Também neste segundo dia de viagem fizemos vários desvios à EN222 e, inclusivamente, acabámos por fazer grande parte do percurso na variante 222-3, que se encontra mais próxima ao curso do Rio Douro. A primeira subida, em busca de uma boa vista, foi ao monte da Nossa Senhora do Vencimento, antes de seguirmos para São João da Pesqueira. A vila surpreendeu-nos muito pela positiva, com o seu ar "arranjadinho" e limpo. Havemos de voltar para explorá-la melhor!

Depois, seguimos para o desvio mais promissor do dia: o Miradouro de São Salvador do Mundo. Deveríamos dizer "miradouros", assim, no plural, porque daqui há várias vistas possíveis. E todas lindas.



Seguiu-se uma surpresa de que só tivemos conhecimento quando começámos as pesquisas de preparação para esta viagem: uma aldeia de xisto nas margens do Douro. Chama-se São Xisto, um nome bastante indicado, e está tão bem conservada que até dá gosto. As casas cuidadas, as rendas nas janelas, as ruas íngremes - vocês sabem o quanto nós gostamos disto... O mais surpreendente de tudo é mesmo a vista para o Douro, a correr lá em baixo.




A hora de almoço chamava por nós e o caminho ainda era longo, se não teríamos ficado por lá mais tempo. Sinto que já disse isto várias vezes ao longo do roteiro, e a culpa é das paisagens maravilhosas que nos acompanharam (e atrasaram) no percurso que tínhamos estipulado.

Continuámos pela estrada que nos levou ao não menos incrível Miradouro de Vargellas e, depois, a Murça do Douro. Tínhamos à nossa espera para o almoço uma reserva na Petiscaria Preguiça, que muito nos recomendaram, e onde comemos uma posta deliciosa com uma vista suculenta. Ou ao contrário, desculpem...


Os planos para a tarde incluíam visitar Vila Nova de Foz Côa e percorrer os últimos quilómetros da EN222 até Almendra, mas por vezes os planos saem furados. O almoço demorou muito tempo a chegar e, quando demos por nós, era hora de seguir viagem até casa. Não fiquem tristes, já temos planeado percorrer estes últimos quilómetros num futuro muito breve e, não tarda, este roteiro está actualizado.

Há muito que queríamos percorrer a Estrada Nacional 222 e, por isso as expectativas estavam elevadas. Todos sabemos que expectativas elevadas são, na maior parte das vezes, sinónimos de desapontamento mas, desta vez, não nos sentimos minimamente defraudados. A região do Douro, ou melhor, todo o curso do Rio Douro em Portugal é dotado de paisagens desenhadas a dedo. A melhor prova disso é a quantidade de fotografias por metro quadrado que esta publicação tem - foi muito difícil escolhê-las. 

Let's Run Away?

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