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Viajar na Gravidez... mês a mês


Depois de oito meses grávida (a criança resolveu começar a conhecer o mundo mais cedo) e sempre a viajar, sinto-me no direito de vos escrever um pouco mais sobre isso. Brincadeirinha, não é bem isso.. A verdade é que recebemos muitas mensagens sobre viajar na gravidez e, como senti falta de informação sobre este tema quando foi a minha vez, resolvi escrever-vos sobre as viagens que fizemos, mês a mês.

Porquê? Bom, cada caso é um caso, mas é importante adaptar as viagens à fase da gravidez em que estamos e saber respeitar o ritmo do nosso corpo. Também porque ainda há muita falta de informação e muitos mitos associados às viagens na gravidez. E porque quanto mais falarmos sobre isto, mais generalizada ficará a informação de que SIM, É POSSÍVEL VIAJAR NA GRAVIDEZ. E sabe até muito bem...

Foram, ao todo, nove viagens com o barrigão e ainda algumas escapadelas pelo meio. Vamos à lista?


0-4 semanas



Esta altura foi um bocado frenética para nós e, apesar de já estarmos a trabalhar na ideia de ter um filho, viajámos em todos os fins-de-semana do mês de Outubro. Lá pelo meio, engravidei. Lembro-me de ter perguntado ao meu Obstetra se era melhor não fazer viagens de avião nas primeiras semanas e a resposta comparava a probabilidade de algo correr mal numa viagem de avião com a probabilidade de algo correr mal sentada no sofá em casa. A verdade é que foram muitas as viagens de avião sem qualquer problema.
Temos a certeza de que, quando viajámos para o Pico (e acabámos por dar um saltinho ao Faial), já éramos três. Foi por um triz que a criança não subiu ao Pico (a empresa com quem íamos fazer a subida cancelou a nossa reserva para levar um grupo de estrangeiros...) e, se na altura ficámos chateados, hoje achamos que foi melhor assim.

4-8 semanas



Foi exactamente no destino deste mês que desconfiámos que estava grávida. Conhecemos a Ilha de Santa Maria (aqui) com uma viajante enjoada e cheia de sono...! Ainda assim, aproveitámos os quatro dias ao máximo e não senti que, mesmo estando enjoada, tenha tirado qualidade à viagem. 
Afinal de contas, qualquer pessoa ficaria enjoada se comesse a quantidade de queijo da ilha que eu comi...


8-12 semanas



Agora já oficialmente grávida, mas a guardar o segredo bem guardado. Apesar de ter estado enjoada durante os primeiros quatro meses da gravidez (uma alegria!) esta foi a altura mais fácil para viajar. Não havia barriga, cansaço, pernas cansadas... 
Estivemos um fim-de-semana em Aveiro para o National Geographic Exodus Aveiro Fest (aqui) e fiz uma festa quando percebi que os ovos moles são perfeitamente seguros para grávidas, pela forma como são cozinhados e pelo ponto de açúcar em que se encontram os ovos. 
Depois, ainda apanhámos um avião até à gelada Budapeste (aqui). Houve cuidados redobrados com o frio, claro, para garantir que não vinha de lá doente, e uma boa soneca antes de jantar. Fora isso, a viagem foi feita de igual forma, sem grandes aventuras na comida e com vários quilómetros a pé. 


12-16 semanas



Numa sexta-feira à noite, apanhámos a A1 e fomos até ao Porto recordar os Douro Riverside Apartments, onde já tínhamos ficado algumas vezes (aqui). O Porto é sempre uma cidade à qual adoramos voltar e desta vez até aproveitámos para umas compras para o bebé. Nesta fase, não senti que a gravidez alterasse de qualquer forma a nossa rotina de viagem.


16-20 semanas



Se me perguntarem, esta fase da gravidez é a ideal para viajar. Já não havia enjoos nem comprimidos para os enjoos (que dão uma enorme sonolência), a barriga ainda não pesa e os pulmões ainda respiram livremente. Apanhámos um avião até Frankfurt e, de carro, fizemos a Rota Romântica da Alemanha (aqui). Tivemos cuidado para não passar muitas horas seguidas no carro e para não alterar muito os horários das refeições (nem comer sempre salsicha alemã) e pelas 21h a grávida já estava a sonhar com uma cama, mas os horários alemães são muito coincidentes com esta vontade, portanto foi bastante fácil de gerir.
A única parte má? As casas de banho são pagas e a grávida não aguentava mais de uma hora sem visitar uma. Foi ver o orçamento da viagem a subir...


20-24 semanas




Uma das premissas da gravidez foi manter-me activa. A par da natação, que frequentei até ao bebé nascer, procurámos descobrir novos sítios para caminhadas mais frequentes. Afinal de contas, tínhamos um objectivo para o sexto mês de gravidez (já lá vamos) que assim o imperava. Uma das caminhadas mais giras que fizemos foi nos Passadiços do Alamal, em Belver (aqui). A viagem de carro era curta, os passadiços numa zona fresca - acompanham o curso do rio - e de pouca extensão e tudo se fez com muita calma.
Nesta altura, é mesmo necessário ter calma. Os pulmões já não se distendem livremente e, no final do pequeno percurso, o descanso foi obrigatório. Isso e um bom almoço, para recuperar energias. 
Por esta altura, já não ia a lado nenhum sem uma garrafa de água bem cheia e comida. Neste caso, deu muito jeito uma sandocha para o meio do caminho.



24-28 semanas




Se soubesse o que sei hoje, esta viagem tinha sido feita mais cedo. Comprámos os voos ainda em Novembro/Dezembro e, em Março, viajámos para Nova Iorque (aqui) com um grupo de amigos e a grávida a entrar no último trimestre da gravidez. Nesta altura, a barriga já era enorme e as pernas acusavam bastante o cansaço ao final do dia, mas mesmo assim conseguimos percorrer Nova Iorque a pé e houve dias que passámos os quinze quilómetros percorridos. Chato chato foi seguir as restrições com que estava a nível alimentar, já que nos Estados Unidos não é fácil comer de forma saudável.
Digo que a teria feito mais cedo porque, com o avançar da gravidez o corpo demora ainda mais a recuperar do cansaço e precisei de uma semana de faz-nenhum para recuperar dos seis dias que passámos por lá. Por isso, voos de longo curso e destinos cansativos, numa próxima, ficarão para o segundo trimestre.



28-32 semanas



Há muito que queríamos fazer o Caminito del Rey e reservámos uns dias de Abril, com feriado pelo meio, para isso (aqui). O Caminito não permite a entrada a crianças com menos de oito anos e, por isso, sabíamos que ou o faríamos durante a gravidez ou teríamos de adiar o projecto durante pelo menos oito anos... 
Para que a viagem até Ronda (onde ficámos alojados) não fosse tão penosa, decidimos encontrar pontos no caminho onde passar uma noite na ida e outra noite na vinda. E, claro, arranjámos assim maneira de visitar mais duas cidades: Sevilha e Córdoba.
Confesso que no dia anterior a fazermos o Caminito tinha os nervos em franja: teria de aguentar os sete quilómetros, já que não existem saídas a meio. Isto, num sétimo mês de gravidez e com uma barriga gigante. Mas quando cheguei ao final, a primeira coisa que pensei foi que todos os receios foram completamente infundados. Fiz todo o percurso bastante bem, sem cansaço exagerado e cheguei ao final em perfeito estado! Os banhos de sol na piscina da Quinta onde ficámos alojados ajudaram à recuperação e a viagem foi um sucesso.


32-36 semanas




Um dos objectivos que delineamos para 2019 passava por conhecer todas as Aldeias do Xisto que nos faltavam (aqui). Com um voucher Life Cooler para usufruir de uma noite num hotel, que nos tinha sido oferecido no Natal, marcámos uma noite em Oleiros e conhecemos as várias aldeias que a rodeiam. 
O ritmo já era muito lento, as viagens de carro bem repartidas, mas o fim-de-semana soube mesmo muito bem para descansar e descomprimir. Este tipo de escapadelas é perfeita para a recta final da gravidez e, digo-vos, até dormi melhor!


36-40 semanas


Para as últimas quatro semanas da gravidez, o plano era um só: descansar (aqui). Marcámos, por isso, um fim-de-semana prolongado numa herdade alentejana (a Herdade dos Mestres, que já tínhamos visitado anteriormente - aqui) e uns dias num hotel com SPA e piscina na zona de Leiria. A ideia era evitar deslocações superiores a duas horas de carro, mas encontrar sítios para relaxar.
Infelizmente, não chegámos a usufruir destes dias e ficámos mesmo por casa, num descanso forçado. 


Como vêem, é perfeitamente possível viajar na gravidez, desde que os destinos e o planeamento sejam adequados à altura da gravidez em que nos encontramos e, claro, que haja autorização médica para tal. Fizemos questão de continuar a conhecer novos lugares, uns mais perto do que outros, sem que isso interferisse com o decorrer da gravidez. Muitas vezes, senti mesmo que mudar de ares e passear até ajudavam a relaxar e a levar as coisas com mais calma.

Let's Run Away, grávidas?

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